Não basta viver muito, o que vale a pena é viver com qualidade. ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏
Os avanços da medicina das últimas décadas, fortemente direcionados ao prolongamento da vida, têm gerado resultados. Graças a esses e outros fatores, a expectativa de vida global hoje é de 73,3 anos. Especificamente no Brasil, essa estimativa cresceu em torno de um ano a cada quatro anos durante as últimas quatro décadas, passando de 62,5 em 1980 a 77 em 2021. Essa seria uma conquista positiva se não fosse por um fator bem significativo: a qualidade de vida nem sempre consegue acompanhar os nossos anos a mais. Segundo uma pesquisa da Universidade de Zurique, na Suíça, o aumento da expectativa de vida reduziu a qualidade da experiência nos cinco anos finais dos idosos, aumentando a proporção de tempo vivido de maneira infeliz. Já um estudo publicado na Lancet indicou que, se continuarmos nesse caminho, até 2060 quase metade das mortes do mundo — concentradas nos países mais pobres —, acontecerão sob severa dor causada por múltiplas condições incapacitantes. Diante desse cenário, surge a pergunta: como ter uma vida longa com qualidade?
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Observar quem já chegou lá
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Pesquisando sobre longevidade há vários anos, o jornalista norte-americano Dan Buettner acredita que o problema não é que não queremos ou não estamos tentando viver mais e melhor, mas sim que as medidas que a maioria das pessoas está tomando pra isso — dietas, treinos em academias, tratamentos anti-idade etc — podem não ser o melhor caminho. Foi mergulhando em estudos sobre longevidade que Buettner topou com as “zonas azuis”: regiões do mundo nas quais uma quantidade chamativa de pessoas vive mais de 100 anos de forma saudável e feliz. São elas: Okinawa, no Japão, a península de Nicoya, na Costa Rica, um vilarejo da Sardenha, na Itália, Loma Linda, uma comunidade adventista no interior da Califórnia, e a ilha de Icária, na Grécia. Na nova série Como Viver até os 100, disponível na Netflix, o jornalista viaja por esses lugares que, apesar de muito diferentes do ponto de vista geográfico e cultural, contam com algumas similaridades no que se refere ao estilo de vida. Aqui, listamos algumas lições que podemos aprender sobre saúde e longevidade com as andanças de Buettner. Várias delas podem, em certos níveis, ser implementadas no nosso dia a dia:
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Todas as zonas azuis têm clima cálido e ensolarado. E não é de hoje que reconhecemos os benefícios do sol pra nossa saúde. Além de ser responsável pela síntese da vitamina D, essencial na absorção de cálcio pelo organismo, o contato dos raios solares com a pele melhora o humor, já que estimula a produção de serotonina, neurotransmissor associado ao bem-estar. O principal astro do nosso sistema solar ainda está ligado a melhores noites de sono e à redução da pressão arterial.
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> Pouca (ou nenhuma) carne
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Da batata-doce como um dos pilares da alimentação em Okinawa, às tortilhas de milho de Nicoya, passando pelas massas de fermentação natural e caldos de verduras da Sardenha, ou pelos vinhos naturais de Icária, a alimentação predominantemente à base de vegetais e sem ultraprocessados é um dos elos entre esses redutos da vida longa.
Um estudo recente feito por pesquisadores da USP afirmou que o consumo de ultraprocessados está ligado a 57 mil mortes por ano no Brasil. E são várias as pesquisas que relacionam o consumo de carne vermelha a um maior risco de desenvolver doenças como as cardiovasculares, câncer colorretal e diabetes tipo 2.
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Nesses cantos do mundo, o estilo de vida requer movimentar o corpo constante e naturalmente, seja pra subir ladeiras íngremes na Sardenha, seja pra levantar do tatame e cuidar da horta em Okinawa. Mas, em geral, essas pessoas trabalham pra viver; não vivem pra trabalhar. O descanso é parte da rotina e é bem-visto socialmente.
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Em Okinawa, ikigai, “razão de viver”. Em Nicoya, plan de vida. Já em Loma Linda, fé. Nas zonas azuis, ter um propósito e um motivo pra levantar da cama todos os dias é algo que ocupa um espaço importante e bem definido na vida das pessoas. Segundo Buettner, esse parece ser um combustível fundamental pra uma vida longa.
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Amizades duradouras, união em família e a noção de pertencer à comunidade configuram o elemento que mais salta aos olhos ao longo dos episódios da série. Precisamos de pessoas ao nosso redor e, acima de tudo, poder contar com alguém que nos apoie e retribuir da mesma forma.
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> Atenção aos mais velhos
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Nesses polos de longevidade, também é notável como as pessoas mais velhas são integradas à sociedade. Os idosos são fortemente amparados dentro e fora de casa e as amizades intergeracionais são valorizadas. A idade avançada é vista como fonte de sabedoria e serenidade. Já no Brasil, um terço dos idosos apresenta sintomas depressivos e 16% sentem-se solitários, segundo uma pesquisa recente da Unicamp.
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Todos esses tópicos são, sim, muito importantes. Mas se desejamos trazê-los ao nosso dia a dia, é preciso adicionar aí um fator que, querendo ou não, move a sociedade em que vivemos: o dinheiro. Sem uma reserva pra velhice, cumprir com despesas essenciais, como moradia e cuidados com a saúde, pode tornar-se uma tarefa árdua, e o stress que surge dessa preocupação constante pode impactar negativamente tanto a saúde quanto a qualidade de vida. A ausência de um planejamento financeiro também coloca em risco a realização de atividades que nos fazem felizes, como viagens e hobbies, e a liberdade individual. Com a expectativa de vida aumentando significativamente, a redução da natalidade e as pressões sobre a previdência, é necessário, desde cedo, se preparar financeiramente. Mestrando em ciências do envelhecimento e consultor de estratégia e conselheiro empresarial, Edson Moraes afirma que, enquanto as políticas públicas não forem suficientes pra garantir um padrão de vida mínimo pra toda a população, o planejamento pessoal é uma questão de sobrevivência. Segundo Edson, se você não consegue guardar dinheiro, pode ser interessante investir em algo que lhe renda frutos no futuro. Seja na formação acadêmica, em cursos técnicos de áreas que estão bombando, seja comprando um bem durável ou um consórcio — de imóvel, por exemplo. Além disso, por mais jovem que você seja, ele afirma que é fundamental buscar conhecimento sobre educação financeira, estabelecer metas de poupança, investir em planos de previdência e pensar sobre seu futuro financeiro.
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Conduzido pelo Instituto Locomotiva e supervisionado pelo neurocientista Álvaro Machado Dias, um estudo recente revelou que 43% dos brasileiros têm o tempo de vida como prioridade, enquanto 57% preferem a qualidade de vida. Entre os jovens de 18 a 30 anos, a preocupação com o tempo é baixa — afinal de contas, a finitude ainda é algo distante. Mas o desejo de ter uma vida longa cresce de maneira quase linear com a idade, atingindo seu ápice entre os 51 e os 60 anos. A partir daí, muda o chip. É claro que viver mais e melhor são objetivos que devem andar juntos. Mas levar em consideração que a maioria dos idosos brasileiros tem como prioridade a qualidade de vida é de grande importância pro desenvolvimento de políticas públicas — geralmente focadas no prolongamento a todo custo, deixando o bem-estar em segundo plano.
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Dos dias 3 a 6 de outubro, acontece no Pier Mauá, no Rio de Janeiro, o Rio Innovation Week, maior evento de tecnologia e inovação da América Latina, que conta com nomes como Marc Randolph — cofundador da Netflix —, Anitta, Ailton Krenak e Nelson Motta. À convite da Tecla Music, o The Summer Hunter vai estar presente no evento com o papo “Do TikTok ao podcast: como se comunicar, engajar e converter nos dias de hoje”, que rola dia 4 de outubro, às 16h. Nossos convidados são o escritor e comunicador André Carvalhal, o fotógrafo Wendy Andrade e Thaísa Coelho, head de news, produtos digitais e canais pagos da Globo. Garanta seu ingresso aqui!
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