Sair daquele trabalho tóxico é uma das experiências mais prazerosas e assustadoras da vida. ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏
Enxergar que existe vida e propósito fora do trabalho é fundamental pra sair da rodinha do hamster, fugir do burnout e ter uma rotina feliz. No entanto, por mais que você trabalhe pra viver e não viva pra trabalhar, é essencial contar, pelo menos, com condições dignas, como um salário justo, uma carga horária equilibrada e um ambiente seguro e saudável — o que, no mercado em que vivemos, é mais exceção do que regra. Foi durante a pandemia, quando a questão da saúde mental se agravou ainda mais, que surgiu o movimento que ficou conhecido como “A Grande Renúncia”. No mundo todo, inclusive no Brasil, muitas pessoas abandonaram seus empregos em busca de um maior bem-estar, principalmente psicológico. Em uma pesquisa de 2022 da plataforma de orientação profissional JobSage, um de cada quatro entrevistados afirmou ter feito parte desse fenômeno, que segue acontecendo, ainda que com menos intensidade. Aqui, a gente fala sobre o mix de sentimentos que rola ao pedir demissão de um trampo ruim.
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É óbvio que o principal motivo pelo qual muita gente não deixa um trabalho tóxico é o medo que surge só de pensar nos gastos mensais. A maioria das pessoas não tem como se dar ao luxo de pedir demissão como se não houvesse (boletos) amanhã. A liberdade de fazer isso é um privilégio e, aos mais vulneráveis, desistir não costuma ser uma opção — pelo menos do ponto de vista racional. Mas, mesmo pra quem tem uma reserva financeira ou outra forma de se manter por pelo menos alguns meses, pedir as contas pode ser uma tarefa árdua. Um artigo da Harvard Business Review pontuou alguns motivos, mais psicológicos, que explicam por que a gente tende a se agarrar a um emprego, mesmo sabendo que ele não está nos fazendo bem. O primeiro deles vem do fato de que, dentro de uma empresa, todos trabalham em prol de um objetivo em comum. Assim, sair pode parecer um ato egoísta ou até uma traição. Inconscientemente, você se sente como se tivesse desistido da missão coletiva. A situação ganha camadas extras pra quem enxerga o job como um propósito de vida. Outro ponto significativo é a lealdade à sua “família do trabalho”. Com o tempo, é comum desenvolver um afeto tanto pela empresa quanto pelos seus colegas de equipe. Isso pode criar a sensação de que, ao abandonar o emprego, você estará deixando essas pessoas na mão. Nesse momento, vale a pena refletir: se a situação fosse inversa, você não desejaria que seus colegas encontrassem a felicidade em outros caminhos? Além disso, pra aqueles que trabalham na mesma empresa por muitos anos, pode rolar uma nostalgia das ótimas experiências que já foram vividas ali e hoje não existem mais, seja por uma troca de líder, seja por uma mudança na estrutura da organização.
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Identificando um job tóxico
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Por frequentemente normalizarmos comportamentos prejudiciais no trabalho, pode ser difícil identificar um ambiente tóxico. Um bom ponto de partida pra essa reflexão é avaliar se você sente, com frequência, esgotamento, stress e tristeza por conta do trabalho. Outro sinal relevante: suas noites de domingo são dominadas pela ansiedade só porque a segunda-feira está chegando. Vale, também, se perguntar: meus direitos estão sendo desrespeitados? Estou deixando de viver momentos importantes da minha vida, seja me exercitando, seja me divertindo com os amigos, devido a longas jornadas? Meu trabalho é valorizado, especialmente em termos de salário? Muitas vezes, o grande problema de uma empresa está nos seus superiores. Segundo uma pesquisa de 2019 da consultoria DDI, 32% dos mil entrevistados admitiram já ter se demitido pra se livrar de um chefe tóxico. Perceber o quanto antes que você está lidando com líder assim é crucial, seja pra pular fora do barco o quanto antes, seja pra tentar fazer com que isso afete o mínimo possível a sua saúde mental e a autoconfiança.
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O tesão de pedir demissão
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Apesar de ser um privilégio e das várias questões envolvidas, tem vezes que a gente não se aguenta e, mesmo sem a menor ideia de como vai pagar as contas, mete o louco e pede demissão. É arriscado e libertador em idênticas proporções. Sair de um trabalho ruim no ímpeto é como pular de um lugar bem alto: cair no chão vai ser doloroso, mas enquanto os pés estão no ar, você se lembra de como é se sentir leve, vivo, livre.
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Após tomar a decisão de pedir demissão, lembre-se de que você é um bom profissional e evite ficar fantasiando cenários negativos. Isso ajuda a comunicar a saída com clareza e confiança. Aliás, falando na conversa final, mesmo que a tentação de botar tudo pra fora dizendo o que o seu chefe merece ouvir seja enorme, considere se isso poderia prejudicar sua busca por outro emprego. Tente, pelo menos, falar de forma mais amena. Além disso, mantenha contato com as pessoas que você curte na empresa. Além de amizades fora do trabalho, elas podem se tornar uma valiosa rede de networking.
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Embora a saída de um job chato ou tóxico possa trazer alívio e sensação de liberdade, não dá pra romantizar a demissão. Em um mercado saturado, especialmente nas profissões criativas, encontrar um novo emprego pode levar mais tempo do que o esperado, trazendo ansiedade, frustração e outros sentimentos que podem contribuir pra problemas de saúde mental. Portanto, é importante considerar a busca de apoio psicológico antes mesmo de pular fora. Com isso em mente, enquanto busca um novo emprego, tente aproveitar os benefícios de ter uma agenda mais flexível: vá a uma exposição na segunda-feira à tarde, reveja amigos e familiares, prepare suas refeições com calma e aprecie a maravilha de não ter um telefone apitando constantemente com mensagens de trabalho. Este momento pode ser uma oportunidade pra recarregar as energias e recalcular rotas. Quem sabe não é o momento de fazer uma leve mudança no campo profissional? Ou então, mandar ver naquele projeto pessoal que você nunca teve tempo de começar... Aproveite as possibilidades!
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