Lembra quando você abria o Instagram e sabia o que os seus amigos andavam fazendo? ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏
Anos atrás, o Instagram era um catálogo de cappuccinos com espuma de coração, fotos de viagem e selfies. Com um scroll, você se atualizava um pouco sobre o que seus amigos andavam fazendo (e comendo). Mas, nos últimos tempos, esse conteúdo deu espaço a posts patrocinados, sugestões de perfis pra seguir e produções profissionais. É como se as pessoas “de verdade” tivessem desaparecido das redes sociais. Do incômodo que resultou dessa mudança, surgiram campanhas como a “Make Instagram Instagram Again”. Criado em 2022 pela produtora de conteúdo e fotógrafa norte-americana Tati Bruening, o movimento viralizou e ganhou apoio de celebridades como Kylie Jenner. A publicação compartilhada pela influenciadora e empreendedora dizia: “Pare de tentar ser TikTok, só quero ver fotos fofas dos meus amigos.” Com a colaboração do escritor, palestrante e consultor de comportamento e sustentabilidade André Carvalhal, a gente faz uma reflexão de como as redes sociais chegaram aqui e pra onde elas vão.
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Diferente do X — antigo Twitter —, que sempre teve como ponto forte as notícias, ou até do Facebook, onde muitas pessoas compartilhavam conteúdos de terceiros, o Instagram surgiu como uma plataforma pra manter contato e ficar por dentro do dia a dia dos amigos próximos e familiares. No entanto, com o passar dos anos, as marcas viram no aplicativo uma oportunidade de crescimento, e os executivos da plataforma, visando as métricas de lucro, voltaram os algoritmos para os anunciantes e conteúdos patrocinados. Como explica esta reportagem da Business Insider, não só o Instagram, mas as redes se tornaram menos sociais e mais midiáticas. Há alguns anos, você seguia as pessoas que desejava acompanhar, o controle da experiência era seu. Hoje, o poder de decisão do usuário foi reduzido drasticamente em toda a internet, não só nas redes sociais. Na prática, atualmente, é preciso rolar o feed muitas vezes pra encontrar um rosto conhecido. Antes disso, aparecem muitos conteúdos sugeridos, parcerias pagas e vídeos virais.
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Se você sente falta de ver as postagens de contas que escolheu seguir no Instagram, uma boa dica pode ser ocultar temporariamente os conteúdos sugeridos. No entanto, ao fazer isso, é bem provável que você chegue à conclusão que a culpa não é só dos algoritmos. As pessoas realmente deixaram de postar seu dia a dia no feed — ou, pelo menos, reduziram bastante o ritmo. Uma das principais razões por trás dessa mudança reside no fato de que a vida perfeita das redes sociais, vendida especialmente pelos inúmeros criadores de conteúdo, vem gerando em muitos usuários um receio de postar aquela foto que está longe de ser glamourosa. Mesmo sabendo que os feeds são apenas um recorte da vida real, é como se tudo o que você registrasse não fosse bom o bastante pra ser mostrado à sua rede. O normal deu lugar ao aspiracional, como explica a Sarah Frier no livro No Filter: The Inside Story of Instagram.
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As Gerações Z e Alpha, esta última com a faixa etária de 13 anos ou menos, até tentaram abrir espaço pra uma maior dose de imperfeição on-line, com aplicativos como o BeReal, trends como as ugly selfies e conteúdos autodepreciativos que são a marca registrada dessa turma. O problema é que, mesmo nesse movimento fora do padrão, um novo padrão acabou emergindo. É preciso ser sempre engraçado, diferente do outro, conceitual… e por aí vai.
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A cultura do cancelamento contribuiu pra que muita gente se sentisse intimidada a se expor nas redes sociais, o que foi agravado pela pandemia, quando uma série de comportamentos antes normalizados — como postar fotos-ostentação de viagem, festas etc — passaram a ser vistos como inapropriados. Apesar de importante, a discussão sobre a irrealidade e a consequente toxicidade dessas plataformas também trouxe pra algumas pessoas o receio de que, ao postar momentos felizes, elas fossem lidas como superficiais ou adeptas da positividade tóxica. É preciso pontuar, também, que atualmente muitas pessoas têm medo de compartilhar informações pessoais com suas redes infladas de amigos. Além de questões de segurança, entra na lista de motivos o receio de conflitos com amigos e familiares ou de perder o emprego por alguma postagem — você provavelmente já ouviu o caso de algum conhecido que passou por isso. De acordo com uma pesquisa da Pew Research e do American Press Institute, dos 72 milhões de millennials que utilizam o Facebook, metade usa ativamente controles de privacidade pra ocultar as suas publicações e conteúdos.
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Com os anos, além de mais midiáticas, as redes foram se transformando em plataformas de entretenimento, onde os usuários comuns consomem conteúdos, mas raramente — ou nunca — criam os seus próprios. Neste modo de consumo mais passivo, a interação com outras pessoas fica em segundo plano, fazendo com que essas redes percam ainda mais o aspecto social. O principal e mais bem sucedido exemplo desse fenômeno é o TikTok. No entanto, esse também é um dos motivos pelos quais Elon Musk dividiu a linha do tempo do ex-Twitter em duas e por que um feed de postagens cronológicas já não é mais o padrão no Instagram. Hoje, ao invés de conversarmos uns com os outros, na maior parte do tempo assistimos silenciosos os criadores mais populares.
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Mas, calma, as pessoas não deixaram de usar as redes sociais. Aliás, é só olhar em volta pra perceber que esse está longe de ser o caso. O que está acontecendo é que, devido a todos os fatores mencionados — e provavelmente mais alguns — muita gente tem optado por compartilhar seus posts com uma rede mais seleta de amigos, usando pra isso ferramentas como o Close Friends e as DMs. Os pesquisadores confirmam que esses são os lugares onde os adolescentes mais publicam seus conteúdos. E até mesmo Adam Mosseri, diretor do Instagram, reconheceu que esse pode ser o caminho pro futuro. Não à toa, a rede vem investindo em ferramentas segmentadas, como assinaturas pagas e canais de transmissão via DMs.
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Lançado no início deste ano, o relatório The Future of Social Media, da Dazed Studio, apontou uma queda das redes sociais mais tradicionais, e afirmou que a Geração Z prefere estar em plataformas mais nichadas. Bons exemplos são a CoStar, pra quem curte astrologia, o Letterboxd, onde habitam os cinéfilos, e a Discord, muito usada pra jogos on-line e que já conta com quase 170 milhões de usuários médios mensais. O futuro parece ser em redes e comunidades compostas por pessoas que compartilham os mesmos interesses que você.
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No episódio desta semana do Desenrola, nosso podcast, convidamos a atriz, roteirista e diretora potiguar Alice Carvalho — que conquistou o Brasil na pele da furiosa heroína Dinorah, na série Cangaço Novo — e a compositora, produtora musical e guitarrista baiana Jadsa pra questionar os estereótipos e falar da pluralidade de culturas presente nos nove estados que formam o Nordeste.
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Pra ouvir 🎧 Mussum, o podcastis, produção que conta a história dessa estrela múltipla, dos tempos como músico ao sucesso em 'Os Trapalhões'. Vale conferir também Mussum, o Filmis.
Pra ler 📖 A Livraria Dois Pontos fez uma seleção de livros que ajudam a entender e se aprofundar nas razões do conflito entre Israel x Palestina.
Pra seguir 📲 Com o bordão “Chora Fotoxópi!”, o artista visual e designer gráfico Filipe Grimaldi faz reacts de artistas nacionais e ensina sobre artes tipográficas.
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