Cristais, suplementos, retiros, skincare... Será que você realmente precisa de tudo isso? ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏
O bem-estar é uma indústria global que lucra US$ 5,6 trilhões ao ano, de acordo com um relatório do Global Wellness Institute. A previsão é que, em 2027, esse número atinja US$ 8,5 trilhões (R$ 41,7 trilhões). Mas quantificar o mercado de wellness é tão difícil quanto defini-lo, já que nesse balaio cabe de tudo: skincare, dietas, suplementos milagrosos, spas, retiros, rituais, meditação, yoga, viagens… a lista é interminável. Você já parou pra pensar se tem investido no que realmente faz diferença pra tornar a sua vida melhor? Suas escolhas nesse sentido têm sido conscientes ou influenciadas pelo marketing pesado vinculado à indústria? Aqui, a gente reflete sobre isso.
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Segundo a empresa de pesquisa de mercado GWI, a indústria do bem-estar pode ser definida como “a busca ativa de atividades, escolhas e estilos de vida que levem a um estado de saúde holística”. Esse mercado é dividido em várias categorias amplas, sendo a maior delas a de cuidados pessoais e beleza, seguida por alimentação saudável e turismo de bem-estar. Dentro desse universo superdiverso, cabem muitas coisas que já foram testadas e comprovadas pela ciência, a exemplo de se exercitar e meditar pra controlar o stress, ou correntes milenares de saúde e bem-estar “importadas” de vários lugares do mundo — como a medicina ayurveda. Também fazem parte rituais e objetos ligados ao misticismo e à religiosidade, além de outras práticas sem embasamento científico que, em alguns casos, podem até ser perigosas, como óleo pra curar tumores cancerígenos e incontáveis métodos de “detox”. Todos esses objetos e experiências são transformados em mercadorias e vendidos como o combo pra uma vida plena e feliz.
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Os números e promessas da indústria do wellness vêm crescendo exponencialmente desde a pandemia, quando o “autocuidado” despontou como forma de mitigar as angústias do isolamento. Uma vez que os índices globais sobre saúde mental continuam sendo alarmantes, a indústria continua estando no lugar certo, na hora certa.
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As mulheres são as principais consumidoras do mercado de bem-estar e das tendências de wellness, e isso não é mera coincidência. Só no Brasil, 7 em cada 10 pessoas diagnosticadas com depressão e ansiedade são mulheres, segundo dados do relatório Esgotadas, do Lab Think Olga. Elas também lideram os rankings de stress e burnout, e um dos principais motivos é a sobrecarga trazida pela vida profissional e os trabalhos de cuidado.
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É neste cenário de esgotamento que muita gente começa a testar várias práticas e produtos que prometem trazer, de forma fácil e rápida, mais qualidade de vida. Segundo a jornalista Rina Raphael, autora de The Gospel of Wellness, a indústria do bem-estar prende as pessoas porque oferece seus possíveis benefícios revestidos de certezas. Também aumenta a sensação de controle e até de pertencimento, o que faz com que acabe ocupando um lugar de “salvação” semelhante, em alguns aspectos, ao da religião.
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O mercado de bem-estar também encontrou um ótimo lugar pra se proliferar: as redes sociais e seus feeds cercados pela ideia de que devemos estar sempre bem e felizes. Seja por meio de diversos influenciadores com foco em wellness, seja por conteúdos patrocinados e publicitários, basta alguns minutos de scroll pra começar a achar que a vida perfeita hoje envolve acordar antes das 6 da manhã, raspar a língua, praticar yoga em frente ao mar, comer uma panqueca fit, tomar banho de espuma com uma vela aromática… Tudo na narrativa do bem-estar é projetado pra levar as metas cada vez mais longe do alcance. Ou seja, você nunca chega a achar que está realmente bem. Há sempre algo a melhorar ou ser curado, uma melhor versão de você. Resultado? Além de exaustão, sentimos a frustração por não darmos conta das novas obrigações autoimpostas. Como afirmam os escritores e estudiosos Carl Cederström e André Spicer no livro The Wellness Syndrome, o bem-estar se tornou uma obrigação moral.
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Um suplemento, dias de spa e meditação realmente podem trazer alívio a determinados sintomas e aflições. Mas eles não são, necessariamente, a solução do problema. Ter uma condição digna de vida, com os direitos básicos assegurados, é o que realmente resulta em bem-estar: segurança, acesso à educação e ao sistema sanitário, condições de trabalho dignas, alimentos nutritivos e acessíveis etc.
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Pegando onda na lógica consumista em que estamos inseridos, é preciso tomar cuidado, também, pra não gastar as economias em produtos e tratamentos que, além de não ter nenhuma comprovação científica consistente, não são indicados a pessoas saudáveis, a exemplo de balinhas de gelatina pra crescer e fortalecer o cabelo, chip da beleza, soro da imunidade…
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Vale reservar um tempo pra sair do piloto automático e pensar o que, seja no trabalho, seja na vida profissional, tem impedido você de se sentir bem — anotar é uma ótima forma de visualizar possíveis mudanças. Alcançar um bem-estar genuíno também pode exigir um questionamento mais profundo sobre o que você acredita que significa qualidade de vida. Quer começar a praticar Pilates de parede? Tomar um shot matinal? Aderir a outras mil trends ou produtos de wellness virais das redes sociais? Antes de sair gastando sua grana — e sua saúde —, pesquise bastante sobre os benefícios comprovados daquela prática, os efeitos colaterais e, em casos nebulosos, consulte profissionais que possam deixar você bem informado sobre o assunto.
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No episódio mais recente do Desenrola, nosso podcast, o escritor André Carvalhal, a ilustradora Chica Capeto e o fotógrafo Wendy Andrade refletem sobre o presente e o futuro da comunicação e da influência. Em um mundo onde tudo pode ser considerado conteúdo, como definir o que realmente é “conteúdo”? Qual o papel — e a responsabilidade — dos influenciadores? E os limites da inteligência artificial? Ouça aqui.
🚨 Alerta de spoiler: Na próxima segunda-feira (26/2), o papo é sobre relacionamento e novas formas de amar. As convidadas são Carol Tilkian, psicanalista, comunicadora e pesquisadora de relações e amor, e Cah Fernandes, produtora de conteúdo e criadora do podcast Eta Porra!. Será que a monogamia está com os dias contados? Quem é não-monogâmico é mais “evoluído espiritualmente”? Qual o futuro do amor e dos relacionamentos? Siga o Desenrola na sua plataforma de áudio favorita pra não perder nada!
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