A onda da culinária canábica e o que você precisa saber pra um jantar temperado com a erva não dar ruim.
Não é de hoje que o ser humano ingere Cannabis — na Índia, o consumo da erva em shakes remete a mais de 1500 anos atrás. Mas a legalização da maconha em vários países vem instigando uma nova geração de chefs interessada em elevar a culinária canábica a outro patamar, explorando as possibilidades da planta em receitas saborosas que também dão uma brisa.
Jantares canábicos

Segundo o New York Times, pelo menos uma centena de jantares pop-up temperados com Cannabis rolam a cada semana em Nova York, nos quais a erva aparece em infusões — em óleos e manteigas, por exemplo —, molhos, drinks e até vaporizadores com aromas que harmonizam com a comida e turbinam a experiência.
Experiência elevada da culinária canábica


Um dos chefs por trás desse movimento é o dominicano Miguel Trinidad, cujo objetivo é “tirar o estigma de uma experiência super chapada para elevá-la”. Segundo ele, “em pequenas doses, você pode obter toda a euforia e os benefícios da maconha, sem entrar em pânico”.
Viagem longa

Pra que tudo flua bem, dosar é fundamental. Isso porque, ao ser ingerida, a Cannabis pode demorar mais pra “bater” do que quando fumada, mas o efeito costuma ser mais intenso e prolongado — ou seja, a brisa pode durar horas depois do jantar.
Culinária canábica: use com moderação
Antes de entrar nessa, é bom saber que o consumo excessivo pode causar mal-estar, vômito, baixa pressão e taquicardia, entre outros efeitos desagradáveis, especialmente para “iniciantes”. Misturar com álcool multiplica as chances de dar ruim — não à toa, em muitos desses jantares, não rola goró.
A dosagem é tão fundamental que o chef Travis Petersen, que pilota jantares canábicos desde 2018, lançou The Nomad Cook: Introduction to Culinary Cannabis, um manual de culinária focado na segurança e na responsabilidade ao cozinhar com a erva. “É essencial que você, como chef, esteja 100% confiante na dosagem de qualquer receita com a qual esteja trabalhando”, diz ele.


A onda da culinária canábica não é exclusividade de Nova York, claro. Há vários anos, essa é a especialidade da chef brasileira Marcela Ikeda, da Larica Uruguay, que promove jantares e brunchs em Montevidéu, além de cursos. Refeições movidas a erva também estão em alta na Califórnia, no Canadá e em outros países onde o uso recreativo da maconha foi legalizado.
Cultura (e culinária) canábica
Séries que falam sobre a gastronomia canábica não faltam, a exemplo de Receita da Boa, Cozinhando em 4:20 e Bong Appétit, que também deu origem ao livro Bong Appétit: Mastering the Art of Cooking with Weed. Esse também é o mote do canal Lilica.420, no Youtube.