Mais do que um hábito que pode passar fatura na vida profissional e irritar os amigos, chegar sempre atrasado pode ser um traço de personalidade.
Em toda turma, família ou casal, tem sempre aquele que atrasa e aquele que vive esperando, não é mesmo? Ao que tudo indica, mais do que um hábito que pode passar fatura na vida profissional e irritar os amigos, a falta crônica de pontualidade pode ser um traço de personalidade. Você é do tipo que sempre está atrasado? Então leia o texto pra entender melhor essa “condição”.
É o meu jeitinho
Uma pesquisa da Universidade de San Diego, na Califórnia, concluiu que os atrasados crônicos são mais otimistas ao calcular o tempo. Ou seja, sempre acham que vai dar pra resolver a vida e chegar na hora. Autora de Never Be Late Again, Diana DeLonzor vai além: há quem curta a adrenalina de viver correndo.
O tempo é relativo
Aparentemente, os minutos parecem não ter a mesma duração pra todos nós. Um estudo da Washington University descobriu que algumas pessoas são naturalmente melhores em estimar a passagem do tempo e em usar essa habilidade pra planejar as suas tarefas.
Pra Grace Pacie, autora de Late!, os atrasados crônicos tendem a não curtir uma rotina e ficam entediados com facilidade. Por outro lado, se saem bem quando o deadline é curto e, em geral, conseguem fazer várias coisas ao mesmo tempo — no escritório, costumam ser aqueles que têm a mesa bagunçada e várias abas abertas no computador.
Atrasado e seletivo
Pacie também descobriu que os atrasados conseguem, sim, chegar na hora quando sabem que sofrerão consequências — perder um avião, por exemplo. É na vida social, portanto, que mandam mal nos horários, contanto com a tolerância dos amigos, família, parceiros etc.
O atrasado tem jeito?
Pra David Robson, especialista em comportamento humano, o fato de os atrasados crônicos ficarem estigmatizados por isso acaba retroalimentando esse hábito, fazendo com que acreditem que isso é uma característica imutável. No entanto, estudos recentes mostram que, com um pouco de empenho e treino, dá pra melhorar.
A cultura do atraso
Otimismo demais, falta de consequências, tolerância: será que isso explica a cultura do atraso no Brasil — especialmente no âmbito da vida social, onde pega até mal chegar na hora marcada em uma festa? Na década de 1930, o britânico Peter Fleming já sacou: “O atraso, no Brasil, é como o clima. Você vive nele, não há como fugir”.
Crédito da imagem do abre: Unsplash