Um objeto, uma obra, um lugar. A gente sente que tem um brilho a mais ali: uma força e uma permanência que atravessam o tempo. Mas o que define esse status? E como o Brasil, tão novo e frenético, cria os seus?
Ser clássico não é estar na moda. É sobreviver a ela.
Clássicos resistem ao tempo porque dialogam com diferentes épocas e gerações. E continuam tendo algo a dizer, mesmo quando tudo ao redor mudou.
O que define um clássico pra você? E o que isso quer dizer em um país que valoriza o novo e o efêmero?
Uma questão de relevância


O que é clássico já foi uma novidade. É algo que marcou a sua época e continua fazendo história porque se manteve relevante com o passar do tempo.
Como reconhecer um

· Sobrevive ao esquecimento.
· Vira referência.
· Ganha novos sentidos com o tempo.
· Inspira releituras, conversas e cópias.

Clássicos não precisam ser perfeitos.
Aliás, às vezes, é justamente o que escapa — um detalhe, uma falha, uma estranheza — que os torna inesquecíveis. Eles nos intrigam, nos provocam.
O Brasil e seus clássicos

Num país tão novo e veloz, o clássico ganha outras conotações. Aqui, o desafio é se manter em pé em um terreno em movimento, onde a mistura, o improviso e a reinvenção são parte da identidade. O clássico brasileiro nasce do coletivo e carrega uma forte carga emocional.
Clássicos à brasileira



Cobogó.
O calçadão de Copacabana.
A bossa nova e o forró pé de serra.
A poltrona Mole de Sérgio Rodrigues.
O cinema de Glauber Rocha e — já dá pra dizer — de Walter Salles.
A poesia de Manoel de Barros e de Paulo Leminski.
Obras de Machado de Assis, Graciliano Ramos, Euclides da Cunha e tantos outros.



Aquele calorzinho no peito

No fundo, um clássico é aquilo que cria vínculo. Algo que nos dá vontade de voltar, de compartilhar, de cuidar. Pode ser uma música, um boteco, um jeito de se vestir. Mil coisas.
O que é clássico pra mim pode não ser pra você — e é aí que mora a beleza.