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O que podemos aprender com o chef Anthony Bourdain

Por
Adriana Setti
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Um novo documentário retrata o chef e escritor nova-iorquino sem filtros. A história de Bourdain não teve final feliz, mas há muito o que aprender com a sua trajetória.


Se você acha que é tarde pra mudar de vida, lembre-se: o chef nova-iorquino Anthony Bourdain tinha 43 anos quando lançou Cozinha Confidencial, seu primeiro livro, que o catapultou à fama global. Dirigido pelo premiado Morgan Neville, Roadrunner: A Film About Anthony Bourdain mergulha na alma do apresentador de Parts Unknown através de entrevistas com pessoas do seu círculo mais íntimo: os chefs David Chang e Eric Ripert, uma de suas ex-mulheres (a italiana Ottavia Bussa), o cantor Josh Homme, além de produtores que o acompanharam durante longos anos, entre outros familiares e amigos. Esses depoimentos se intercalam com imagens de seu dia a dia, entrevistas e trechos de livros (alguns deles dublados com sua própria voz, reproduzida por inteligência artificial). Com uma narrativa que, de certa forma, tenta explicar por que Bourdain cometeu o suicídio de forma tão inesperada, o filme vai mostrando seus conflitos internos, o esgotamento por viver diante das câmeras e como passar 250 dias ao ano rodando o mundo minava sua vida pessoal. Mas, ao mesmo tempo, deixa claro por que o chef inspirou tanta gente para além de suas viagens e de seu lifestyle. Aqui, a gente lista algumas lições que você pode tirar de sua trajetória.

Sol e sombra

Roadrunner: A Film… narra como o chef saltou da cozinha à lista de best sellers do New York Times com o livro Cozinha Confidencial e, de lá, para o estrelato global, mostrando sua intimidade — e também o seu lado mais sombrio. O filme mergulha na alma de Bourdain através de conversas com pessoas do seu círculo íntimo. Esses depoimentos se intercalam com imagens de seu dia a dia, trechos de livros e entrevistas, que vão revelando conflitos internos, o esgotamento por viver diante das câmeras e como passar 250 dias ao ano rodando o mundo minava sua vida pessoal. Ao mesmo tempo, o doc deixa claro por que o chef inspirou tanta gente para além de suas viagens e seu lifestyle.

Nunca é tarde

Se você acha que é tarde pra mudar de vida, lembre-se: Bourdain tinha 43 anos quando lançou Cozinha Confidencial. E ele nunca havia saído dos EUA quando embarcou para rodar A Cook’s Tour.

Nas cenas iniciais, Bourdain fala de sua paixão pelos livros e de como sempre usou a palavra como principal ferramenta, mesmo antes de tornar-se escritor. Ele ainda conta como, logo cedo, descobriu que fazer as pessoas rirem era uma forma de poder. Ao longo da narrativa, também fica claro como sua capacidade de rir de si mesmo foi um dos segredos de seu sucesso, na frente e atrás das câmeras.

Desapego

“O que eu quero? Seria bom que pudesse comprar alguma coisa que preenchesse o vazio da minha alma. Talvez um carro? Não sei. Pago meu aluguel e só quero dinheiro para viver como uma pessoa normal”. Anthony Bourdain

Mente aberta

“Ele cresceu porque entendeu que não precisava contar tudo e sim experimentar e fazer perguntas. Não era sobre ser um guia de viagem, mas sobre estar aberto à experiência”, definiu o produtor Christopher Collins.

Em tempos de filtros e redes sociais, Bourdain construiu seu estilo buscando histórias de pessoas reais e, segundo a produtora Helen Cho, não gostava quanto todo mundo curtia o programa. Para ele, a ideia era gerar discussão. “Viajar nem sempre é bonito. Você vai ganhando cicatrizes, ficando marcado e mudando nesse processo”, disse Bourdain.

Felicidade relativa

“Aos olhos dos outros, tenho a melhor profissão do mundo. Faço coisas incríveis, viajo o mundo, mas nada me faz sentir tão feliz como estar em casa sendo um típico pai. É assim que me sinto normal”. Anthony Bourdain

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