Uma ode à demissão e à sensação libertadora de apertar a tecla F como se não houvesse amanhã.
É claro que a maioria das pessoas não tem como se dar ao luxo de pedir demissão como se não houvesse (boletos) amanhã. A liberdade de pedir as contas é um privilégio e, aos mais vulneráveis, desistir não costuma ser uma opção — pelo menos do ponto de vista racional.
Mesmo assim, tem vezes que a gente não se aguenta e, mesmo sem ter a menor ideia de como vai pagar as contas, mete o loco e vai. É arriscado e libertador em idênticas proporções. Aqui, a gente celebra essa sensação.
Um dia de fúria
Pedir demissão no ímpeto é como pular de um lugar bem alto: cair no chão vai ser doloroso, mas enquanto os pés estão fora do chão, você se lembra de como é se sentir leve, vivo, livre.
“Quando tão pouco está sob seu controle, e especialmente se você não está protegido por contratos — pense em freelancers ou nos motoristas e entregadores de apps — se demitir é o último momento em que você pode fortalecer seu senso de si mesmo como uma pessoa real, viva e sonhadora”, diz o trecho do ensaio sobre “a arte transformadora de pedir demissão”, da chef e escritora britânica Ruby Tandoh.
Bom motivo

Uma pesquisa recente da plataforma de orientação profissional JobSage, 28% dos entrevistados revelaram ter subido no bonde da Grande Renúncia — movimento de demissão em massa — nos últimos dois anos por causa do impacto do trabalho em sua saúde mental. Ou seja, se você está nessa, saiba que não está sozinho.
“Uma máquina nunca para: se você pode desafiar, pode se sentir vivo.”
Ruby Tandoh
Basta!

O mesmo ímpeto pode servir pra pular fora de relacionamentos amorosos que não valem a pena, de amizades desgastadas, de uma religião que não faz mais sentido e de várias outras coisas que você já não aguenta mais, mas segue levando…