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O Twitter (não) vai morrer? 

Por
Dandara Fonseca
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Mesmo sendo considerada a rede social mais tóxica e que seu novo dono pareça fazer de tudo pra piorar as coisas, o Twitter segue no centro das atenções. Por que?

Desde que comprou o Twitter por 44 bilhões de dólares, de tempos em tempos Elon Musk toma uma decisão polêmica que faz com que se especule sobre o fim dessa rede social. Compra de selos verificados, novas métricas, demissão de funcionários que o criticaram, banimento de jornalistas…  já rolou de tudo. 

“Sob a liderança de Musk, o Twitter derrubou barreiras de forma imprudente. Entre elas, reduzir drasticamente as equipes dedicadas à segurança e responsabilidade interna e abrir aleatoriamente seu sistema de verificação para qualquer pessoa disposta a pagar uma taxa. As principais decisões que afetam a experiência do usuário são tomadas sem uma justificativa clara”, diz uma matéria do The Atlantic.

Perigo: tóxico

Mesmo assim, não dá pra colocar todos os problemas nas costas do novo dono. Em um estudo feito pela empresa de comunicação SimpleTexting em 2022, o Twitter foi eleito a rede social mais tóxica da Internet. Entre os fatores levados em consideração na pesquisa, estavam circulação de discurso de ódio, desinformação e cyberbullying. Mas podemos listar mais motivos: problematização excessiva, o direito que todo mundo sente ter de criticar/linchar o outro, discurso de ódio rolando solto, polarização, bots… 

Fechados com o Twitter

Por essas e outras, tem muita gente deixando suas contas privadas ou saindo de vez da rede social em nome da saúde mental. Mas, ao mesmo tempo, há uma galera que não larga a plataforma do passarinho azul por nada — e garante que ela é a melhor. O que explica isso?

Quero ver sangue!

O twitter não vai morrer?

Em parte, tem a ver com esse gostinho humano pelo mórbido. Dos gladiadores da Roma Antiga ao impulso por passar devagar pra ver um acidente na estrada, temos uma quedinha pela violência e por ver o circo pegar fogo. Além disso, a rede é uma porta aberta pra extravasar frustrações e agressividade de forma anônima ou não sem que isso traga maiores consequências, salvo raras exceções.

Ao mesmo tempo, a simplicidade e o imediatismo fizeram com que o Twitter se tornasse o local perfeito pra divulgar e repercutir os acontecimentos do mundo. Muita gente enxerga a rede social como um jornal diário, seguindo portais e navegando pelos trending topics. Jack Dorsey, que também participou da fundação do Twitter, já dizia que a plataforma deveria ser um LiveJournal mais “ao vivo”.

Eu vi antes!

As coisas viralizam muito rápido na rede do passarinho azul. Não é à toa que, muitas vezes, você vai mostrar um meme pra alguém e ouve: “ah, eu vi no Twitter”. Na era da economia da atenção, é tentador ter sua opinião ouvida por centenas ou milhares de pessoas. 

“O Twitter explora o desejo humano de apresentar diferentes versões de nós mesmos, observar o que as outras pessoas pensam delas e revisar nossas identidades de acordo com esse feedback”.  

Chris Bail, professor de sociologia da Duke University, para o The New York Times 

Além disso, é uma das redes menos controladoras. Assim, ela se torna um espaço importante tanto pra movimentos como Me Too e Black Lives Matter, como para a ultra direita e bandos antidemocráticos. Recentemente, reportagem do Intercept Brasil mostrou como o Twitter é uma incubadora de massacres em escolas: a única rede que se recusou a retirar postagens que estimulam novos ataques do ar.

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