Em um mundo onde as pessoas precisam otimizar a rotina ao extremo pra pagar os boletos, o verdadeiro luxo é poder ditar o seu próprio ritmo.
Vivemos em uma sociedade que valoriza a otimização do tempo ao extremo. Acordar às cinco da manhã, correr, alongar, levar as crianças na escola, trabalhar, resolver as funções domésticas e ainda ter o skincare em dia: dar conta desse ritmo é uma meta a ser alcançada. Em meio a esse frenesi, surge um novo símbolo de status:
TER TEMPO LIVRE.

Ostentação on-line
Nas redes sociais, essa nova ostentação se traduz em pessoas cuja capacidade de ganhar dinheiro está diretamente ligada à forma como vendem essa estética de facilidade, de leveza.


“O que vejo surgir agora é uma nova classe aspiracional: pessoas cujo valor não está atrelado ao que fazem, mas a como existem sem esforço.”
Eugene Healey, estrategista de marca australiano, em vídeo publicado no Instagram.
A nova ostentação
· Ter autonomia total sobre sua agenda.
· Poder trabalhar de qualquer lugar.
· Ter horários totalmente flexíveis.
· Poder recusar jobs com base em qualidade de vida.
· Viver sem pressa.

Quem pode?
Se antes ostentar era exibir bens materiais, agora é mostrar um estilo de vida sem amarras. Mas, enquanto alguns monetizam a estética da leveza, a maioria vive na exaustão. Nesse cenário, o desafio não é apenas sonhar com mais tempo livre, mas criar condições pra que ele seja acessível a mais pessoas: eliminar a escala 6×1, semana de 4 dias, etc.
À maioria, por
enquanto, resta
encontrar maneiras
de valorizar o
pouco tempo livre
disponível.
Pequenos luxos
Pequenos respiros no dia a dia, momentos de pausa, escolhas que priorizam bem-estar, menos tela — isso também é resistência.


Crédito imagem de abertura: Maria Lupan e ManuelTheLensman / unplash