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Por que amamos Edson Gomes

Por
Adriana Setti
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No seu aniversário de 70 anos, a gente rende nossa modesta homenagem ao maior nome do reggae nacional.

Baiano de Cachoeira, Edson Gomes é cantor, compositor e lenda viva. Voz dos injustiçados, trabalhou na construção civil e atravessa mais de meio século cantando verdades que muita gente não quer ouvir. Recentemente, lotou o Circo Voador, no Rio de Janeiro, com um show histórico — provando que seu som é eterno e merece reconhecimento à altura.

Por que amamos Edson Gomes

Do samba ao reggae

Edson Gomes já fazia música de protesto quando o reggae entrou em sua vida, em 1983, por influência do musicista e arranjador Nengo Vieira, seu conterrâneo de Cachoeira. Juntos, produziram os históricos álbuns Reggae Resistência (1988), Recôncavo (1990) e Campo de Batalha (1992).

Por que amamos Edson Gomes
Por que amamos Edson Gomes

Insubmisso desde sempre

Desde os anos 1980, o reggaeman denuncia o racismo, a violência policial e a desigualdade com a firmeza de quem viveu tudo isso em primeira pessoa.

Por que amamos Edson Gomes

“O reggae é um cidadão que tem que se manter livre, que sobe no palco e corre atrás dos direitos, que briga pela situação do menos favorecidos. Vai lá, cava a terra, joga sementes pra plantar um novo horizonte, um novo amanhecer, uma nova proposta. É luta.”

Edson Gomes, em entrevista ao Mosaico Baiano (Rede Globo)

Faz do seu jeito

Distanciando-se do reggae jamaicano, imprimiu a sua marca com aquelas que se tornaram as principais características do seu som: a linha de contrabaixo do Recôncavo e instrumentos de sopro.

Por que amamos Edson Gomes
Por que amamos Edson Gomes
Por que amamos Edson Gomes

O profeta do reggae brasileiro

Compôs hinos como Malandrinha, Campo de Batalha, Camelô, Árvore, Perdido de Amor e muitos outros. Canções que embalam histórias de amor, dor, denúncia social e resistência. Seu disco Campo de Batalha (1992) é um marco da música popular brasileira.

Bob Marley brasileiro?

Edson Gomes não precisa de rótulo importado. Com sua voz potente e seu discurso afiado, construiu uma trajetória única, com base no respeito, na identificação popular e na fidelidade às suas raízes. Avesso a entrevistas, criou seu próprio caminho no modo low profile e raramente coloca os pés fora da Bahia — onde é venerado.

Por que amamos Edson Gomes

“O que eu tinha que fazer já fiz, tô só maturando, tô só conservando…”

Edson Gomes, em entrevista a Wanda Chase (iBahia)

Crédito da imagem de abertura: Arquivo Pessoal