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Por que amamos Nelson Motta

Por
Adriana Setti
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Aos 80 anos de idade, esse ícone multifacetado — e compositor de vários hits que marcaram os nossos verões — continua moldando a cultura brasileira.

Paulistano de alma carioca, Nelson Motta — Nelsinho — é jornalista, compositor, escritor, roteirista, produtor, DJ… E dos bons. Também é pai de Joana, Esperança e Nina, além de ex-marido e/ou namorado de uma vasta lista que inclui a atriz Marília Pêra (1943-2015) e a papisa da moda Costanza Pascolato. Está no lugar certo, na hora certa, há pelo menos 60 anos.

“Nelson Motta é multimídia desde muito antes de a expressão multimídia existir.”

Washington Olivetto (1951-2024), publicitário, sobre De cu pra lua: Dramas, comédias e mistérios de um rapaz de sorte

É o hitmaker dos hitmakers

Por que amamos Nelson Motta
Nelson Motta e Marisa Monte / Foto: Arquivo pessoal

Nelson Motta é autor e coautor de mais de 200 músicas, gravadas nas vozes de gente do naipe de Rita Lee, Djavan, Lenine, Maria Bethânia, Guilherme Arantes, Nana Caimmy, entre muitas outras. São dele hits eternos como Dancin’ Days (As Frenéticas), Como Uma Onda (Lulu Santos) e Bem Que Se Quis (Marisa Monte).

“Sorte é a minha de ter encontrado Nelsinho cedo na vida e de ter contado com sua generosidade e seu talento. Imagina o que seria de nós todos sem Como Uma Onda. Tudo passa, menos o que fica.”

Lulu Santos sobre De cu pra lua: Dramas, comédias e mistérios de um rapaz de sorte

Um cara de visão

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Nelson e Gal Costa / Foto: Arquivo pessoal
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Nelson e Elis Regina / Foto: Arquivo pessoal

Começou a compor pra viver da música sem ser músico. Mas foi muuuuito além: produziu discos de divas como Elis Regina, Gal Costa e Daniela Mercury; lançou artistas, a exemplo de Marisa Monte; dirigiu espetáculos e organizou a primeira edição do festival Hollywood Rock, no ano de 1975, em plena ditadura.

Jornalista, sim. Escritor, também.

Por que amamos Nelson Motta

Segundo Caetano Veloso, como jornalista, “fez sucesso sem falar mal de ninguém”. Também é autor de best-sellers como Noites tropicais e Vale tudo — O som e a fúria de Tim Maia, que escreveu sem precisar entrevistar quase ninguém: viu tudo em primeira pessoa.

Criatividade sem limites

Idealizou programas icônicos da TV, como Chico & Caetano e Armação Ilimitada, da Rede Globo, além de ter sido curador da trilha sonora de várias novelas, ditando o que meio Brasil ouvia e levando a emissora a criar o selo Som Livre.

Por que amamos Nelson Motta
Por que amamos Nelson Motta

“Não tenho saudade de nada. Vivi intensamente esses anos todos, mas […] tenho horror de nostalgia. A coisa que mais envelhece é nostalgia.”

Nelson Motta em entrevista ao Zero Hora

Boêmio indomável, fundou a casa noturna Frenetic Dancin’ Days Discotheque, no Rio de Janeiro, em 1976. Em seus quatro meses de existência, a versão carioca do Studio 54 transformou a disco music em um fenômeno no Brasil. No embalo, lançou As Frenéticas — que eram garçonetes do local — e inspirou a novela de mesmo nome da Rede Globo, que fez sua estreia em 1978.

Eternamente antenado

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Foto: Arquivo pessoal

Imortalizada pela Academia Brasileira de Letras desde 2022, a atriz celebra, em 2024, 95 anos de idade e oito décadas de carreira. Além de encenar o espetáculo Fernanda Montenegro lê Simone de Beauvoir, viu Ainda estou aqui, filme de Walter Salles no qual atua, ser ovacionado no Festival de Veneza e está gravando Velhos Bandidos, ao lado de Ary Fontoura, Bruna Marquezine e Lázaro Ramos.

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Foto: Arquivo pessoal

Crédito da imagem de abertura: Arquivo Pessoal