Saiba mais sobre o trabalho do projeto A.MAR que ensina técnicas tradicionais de conservação do peixe aos pescadores para garantir autonomia alimentar de comunidades isoladas de Ilhabela.
Com a intenção de ajudar famílias que vivem isoladas nas áreas mais remotas de Ilhabela, no litoral paulista, o publicitário Rodolfo Villar criou o projeto A.MAR. “Muitas pessoas da região praticam a pesca de subsistência. Sem energia elétrica, quilos e mais quilos de peixes eram perdidos porque eles não sabiam que era preciso manter o pescado no gelo”, conta Rodolfo para o The Summer Hunter.

A proposta do projeto é ensinar técnicas tradicionais de conservação a comunidades nativas: defumação, conserva, salga, charcutaria e fermentação. A primeira família impactada foi a do Seu Elias, caiçara da Praia do Bonete, em 2017. De lá para cá, o projeto já capacitou outras famílias em Ilhabela, pelo Brasil — no Ceará e no Rio de Janeiro — e na Amazônia peruana.
Projeto A.MAR busca garantir mais comida e renda
Além de auxiliar na autonomia alimentar, a iniciativa também ajuda no aumento da renda dos pescadores: se antes um peixe era vendido a preço de banana sob risco de estragar, agora, graças às técnicas de conservação, o poder de negociação aumenta e a margem de lucro é maior. O projeto também incentiva a pesca e o consumo de espécies menos conhecidas de peixe.

Fortalecendo a pesca artesanal e as comunidades nativas, a organização também traz benefícios para o meio ambiente, já que a pesca massiva desequilibra o ecossistema marítimo. Por isso, Villar vem se empenhando em rodar o mundo espalhando a mensagem do projeto.
“Muitos biomas e microrregiões são destruídos porque o povo originário da região está enfraquecido. Quando você tem uma comunidade forte e reconhecida, ela mesma trata de preservar o local”, diz Rodolfo Villar, idealizador do projeto A.MAR
Fish Lab: laboratório de pesquisas do projeto A.MAR


Em 2022 o A.MAR inaugurou seu laboratório de desenvolvimento e pesquisa, o Fish Lab, em Ilhabela. No espaço, que agora é a sede física do projeto, são realizados os principais processos de conservação do pescado ensinados por Rodolfo.
Para o futuro, a ideia é desenvolver a vertente educacional do A.MAR, com clínicas, cursos e workshops que serão ministrados no espaço do Fish Lab. A intenção, a longo prazo, é transformar o local em um espaço referência na capacitação de comunidades tradicionais.
Segundo Rodolfo, o foco do projeto não é o de comercializar os produtos produzidos no laboratório. Ainda assim, o A.MAR já fez parcerias com restaurantes de renome, como o Maní, da chef Helena Rizzo, entre outros. Fique esperto ao Instagram do projeto para saber a próxima parceria da organização.
Créditos das imagens: Victor Collor