Vibes

Por que o reggae é o som das ruas de Florianópolis?

Por
Rafael Andery
Em
22 março, 2018
Em parceria com

Há algo de semelhante entre Kingston e Floripa. Quem sabe seja o clima democrático das festas de rua, as praias paradisíacas e o verde abundante que expliquem por que a ilha concorre com São Luís como capital nacional do reggae.

Há algo de semelhante entre Kingston, a capital da Jamaica, e Floripa, a capital de Santa Catarina. Quem sabe sejam as praias paradisíacas e a vegetação abundante. Mas é no clima democrático das festas de rua e nos bares com as calçadas tomadas de gente bebendo com os amigos que a ilha e o reggae se encontram.

À beira da Lagoa da Conceição ou com vista para o mar, multiplicam-se os lugares onde é possível ouvir o melhor do ritmo jamaicano com a vibração que só essa cidade tem. E se mais de duas décadas atrás o cenário era dominado por estrelas estrangeiras como Big Mountain, Inner Circle, Papa Winnie e Pato Banton, hoje em dia Florianópolis conta com artistas locais com talento e público suficientes para fazer a cena musical acontecer.

É o caso, por exemplo, de Luti, Carlinhos D’Jah, Annyria Wailer, Leão Livre, Ângela Beatriz, Raízes da Ilha, Habitantes de Zion e outras. Todos os anos, o projeto Reggae Floripa reúne dezenas de músicos catarinenses para lançar coletâneas de verão. E a noite da cidade não ficou pra trás e costuma receber o ritmo jamaicano em seus bares e baladas.

Aquidasplanta
A banda Aquidasplanta em noite lotada na Casa de Noca
Foto: Divulgação

A democrática Casa de Noca surgiu como uma festa, a Revolução Cultural, e hoje ocupa um antigo sobrado na Lagoa da Conceição. Decorado com obras de artistas da cena local, o lugar não tem nada de formal: gente na rua, bebendo na calçada enquanto a música rola do lado de dentro. Nem todo dia é dia de reggae, mas o estilo está presente com frequência na casa, que preza pela música independente. No sábado (24), por exemplo, quem se apresenta é a banda Aquidasplanta, veterana da cena de Floripa que privilegia os primórdios do ritmo.

Outro ponto que vale uma visita é o De Raiz, que fica na praia da Joaquina. O lugar é o único bar com vista para as famosas dunas da Joaca, e é praticamente um patrimônio cultural da Ilha. O visual e a vibe dos seus frequentadores já fariam valer a visita mesmo se ninguém tocasse por lá, mas a programação de música ao vivo é sempre caprichada. No começo de abril, a banda Cultivo faz um show que mistura reggae com ritmos brasileiras.

Casa de Noca
Casa de Noca
Foto: Raphael Zulianello

Há outros lugares pela cidade que volta e meia promovem noites dedicadas ao ritmo jamaicano. O John Bull Floripa, apesar do jeitão de balada mais tradicional, inclui na programação bandas de reggae, tanto nacionais quanto internacionais. Nos próximos dias, por exemplo, tocarão por lá Dezarie & Patuá, Mato Seco e The Congos. Também vale ficar ligado na programação organizada e divulgada por coletivos como o Reggae no Mercado Público e o Sounds in da City, que organiza a festa com pegada de baile jamaicano FEVER (na foto que abre este post) nesse sábado (24).

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Festa Fever, do Sounds in da City
Foto: Aira Junges/Divulgação

Casa de Noca
Endereço: Av. das Rendeiras, 1176, Lagoa da Conceição | Horário: 22h às 4h (diariamente. Fechado às terças)

De Raiz
Endereço: Av. Prefeito Acácio Garibaldi Santiago, 1777, Lagoa da Conceição | Horário: 22h às 4h (diariamente. Fechado às segundas e quartas)

John Bull Floripa
Endereço: Av. das Rendeiras, 1046, Lagoa da Conceição |Horário: 21h30 às 4h (diariamente. Fechado às quartas)


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O mundo evoluiu. O sofisticado está nas coisas simples. O bom gosto não tem preço. Não é mais sobre ter, é sobre descomplicar. É sobre dividir, compartilhar.
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