Desaprendemos a dedicar tempo ao que nos dá prazer — mesmo que isso não tenha alguma utilidade prática. Mas é possível fazer diferente.
Talvez você já tenha pensado em escrever poemas, fazer cerâmica, produzir joias, tocar violino… Mas surgem as perguntas: por quanto vender? Quem vai ouvir? Será que isso vai dar em alguma coisa? Como se o prazer por si só não bastasse. Até correr virou competição: impressionar, acumular conquistas e bater recordes. Será que não dá pra ser só um hobby? Dá sim.

Lazer ou missão?
Na era da produtividade, nos acostumamos a transformar tudo em objetivo, em tarefa, em conquista. O tempo livre, quando existe, é canalizado pra alguma meta. Ou pra nada — o “nada culpado” que nos paralisa.



Causa e efeito
Essa pausa é mais necessária do que parece. Ter um hobby reduz o stress, alivia a ansiedade, traz benefícios pra saúde física e mental… Mas, se o encaramos como uma meta, pode acabar trazendo ainda mais ansiedade e preocupação.



“Ter um hobby importa porque nos lembra que nem tudo precisa ser útil. Importa porque nos reconecta com o prazer simples de estar vivo. Quando nos dedicamos a algo sem esperar retorno — sem buscar validação, lucro ou reconhecimento —, estamos nos permitindo algo raro: apenas ser.”
Ricardo Moreno, do The Summer Hunter, em sua coluna na Fast Company Brasil

Só sendo
É nisso que a gente deveria focar: menos preocupação com o julgamento alheio e mais espaço pro nosso próprio deleite. Porque, no fim das contas, a vida ganha outro sentido quando reaprendemos a simplesmente ser.



Crédito da imagem de abertura: Ahmet Kurt / Unsplash