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Aventuras e desventuras de uma cineasta em ascensão

Por
Juliana Tozzi
Em
13 maio, 2016

Vocação para musa inspiradora ela tem de sobra. Mas, por favor, não se atenha só à beleza, porque a Vera não veio a este mundo a passeio. Ela tem muito o que te dizer e mostrar. Por trás do par de olhos profundos e misteriosos a cineasta de 34 anos, que ergueu uma prolífica carreira como diretora e roteirista de filmes publicitários, programas de TV e videoclipes, acaba de lançar “Amores Urbanos”. Em seu primeiro longa metragem, a cineasta faz um retrato sensível e bem humorado da liquidez e desventuras das relações afetivas de um grupo de amigos que vive fora dos “padrões bolsonarianos”, entre as delícias e o caos de concreto armado da cidade de São Paulo. Aliás, desconstruir padrões lapidados é com ela mesmo. Vinda de uma família de artistas, Vera teve uma criação libertária, o que a permitiu desde muito cedo pensar fora da caixa e ter uma amplitude de olhares para além da caretice do mundo socialmente formatado. O contato com a literatura feminista e psicanalítica e a música punk e o grunge fizeram com que a adolescente CDF raspasse a cabeça e se tornasse uma rebelde com causa e cheia de fundamentos. A profusão de liberdade foi combustível não só para que essa ariana com ascendente em Escorpião se encontrasse no mundo, mas também fez com que o mundo prestasse atenção no seu talento e sensibilidade. Em 2009, Vera foi apresentada como “a jovem talento promissor” do cinema brasileiro na Semana da Crítica, dentro do Festival de Cannes, na França, por ter dois curtas selecionados e exibidos por lá. Até então, nenhuma diretora tinha conseguido essa proeza de emplacar filmes duplamente na competição. Vera fez e tem toda a criatividade e determinação para fazer ainda mais. Aguarde e confie.

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O seu pai, Luís Vellez, é fotógrafo e por isso talvez você teve envolvimento com imagem desde cedo, mas como o cinema entrou de fato na sua vida?
É difícil dizer uma data, mas lembro que foi muito cedo. Aos 14 anos fui fazer escola técnica na FECAP e tinha matérias focadas numa profissão. Escolhi publicidade justamente por causa dos assuntos ligados a vídeo. Ou seja, já era algo que eu queria aos 13, 14 anos. É como se sempre estivesse ali.

Como era a Vera criança? Preferia estar na frente ou atrás da câmera?
Quando eu era criança a gente não tinha esse monte de coisas tecnológicas que têm hoje. A gente tinha toca-discos e meu avô mostrava umas fitas de balés clássicos russos. O meu preferido era O Quebra-Nozes, que eu morria de medo da parte dos ratos. Segundo a descrição dos meus pais, eu era na minha, gostava de desenhar, de ficar quietinha. Isso foi na primeira infância. Na adolescência, tive uma fase mais tumultuada e rebelde. Sempre fui boa na escola e tirava notas altas. Lembro, por exemplo, que achava muito fácil passar de ano. Mas teve um momento que eu baguncei muito. E era aquela bagunceira terrível que tira nota alta e ainda cria tumulto na sala conversando e fazendo piada das coisas. Antes do colegial estudei numa escola de padres. Era chato demais.

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Lembro de uma vez que você postou uma foto no Instagram de um filme sueco sobre três meninas que queriam montar uma banda. Na legenda você disse que também tinha raspado a cabeça aos 13. O que te levou a fazer isso na época?
O filme se chama We Are The Best! e é sobre duas meninas que querem montar uma banda mas não sabem tocar nada. Então elas chamam uma terceira garota que toca música clássica e fazem a tal banda na qual elas dizem que “são as melhores”, mesmo sendo as piores (risos). Esse filme me fez lembrar da época em que eu tinha 13 anos e raspei a cabeça, como algumas das meninas do filme. Fiz isso porque era a época do grunge e fui ficando cada vez mais menininho ao usar bermudão ou calça rasgada com camisas de flanela. O cabelo foi virando também um símbolo disso. Fui cortá-lo curto e deu errado, daí raspei de uma vez. Hoje, analisando, lembro que quando eu tinha 9, 10 anos, havia umas bobeiras na minha escola que os garotos elegiam a menina mais bonita e eu sempre ganhava. Hoje, adulta, eu entendo esse movimento de libertação que fiz. Virei do avesso aquela imagem que estavam construindo de mim, uma forma de dizer que eu não queria aquilo.

E como foi ter que lidar com a reação das pessoas em relação a sua nova aparência?
Ah, tinha de tudo. Mas meu pais eram muito liberais, nada era problema para eles, muito menos isso. Eu tinha uma base forte e muitos amigos. O problema ocorreu tempos depois, numa outra escola, quando decidi pintar meu cabelo de vermelho. Era um lugar careta, cheio de playboys e patricinhas. Eles me odiavam e eu os odiava; aí não tinha muito o que fazer. Era um desprezo mútuo. Eu fiz uma única amiga nessa escola e somos próximas até hoje.

Essa fase rebelde durou quanto tempo?
 Uns três anos. A partir dos 15 eu entrei numa fase de surf. Comecei a namorar um surfista, aprendi a surfar e tudo ficou diferente. Fiquei nessa fase até cismar de entrar na USP para cursar audiovisual e passei um ano e meio enfiada num cursinho. Perdi esse namorado porque eu só estudava.

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Quais livros você lia nessas diferentes fases?
Sempre li muito e sobre tudo. Meus pais me davam muitos livros. O primeiro que me impressionou foi Viagem ao Centro da Terra, do Julio Verne. Eu devia ter uns 12 anos. A Revolta dos Bichos, do George Orwell, também me marcou muito. A minha mãe sempre me deu muita literatura feminista como as biografias da Frida Kahlo, da Olga Benário e da Rosa Luxemburgo. No fim da adolescência fiquei fissurada nos estudos de caso do Freud. Passei uns três anos lendo muita psicanálise. Tem um livro de uma psicóloga junguiana bem famoso chamado Mulheres que Correm com Lobos, e que minha mãe me deu quando eu tinha 15 anos. Na época, li e não entendi muito bem tudo, mas depois reli e, com outra vivência, acabei usando esse livro no meu trabalho de conclusão da faculdade.

Como aconteceu o seu passeio pelas possibilidades do feminino até você se encontrar com a sua figura de hoje?
Isso vem muito dessa minha criação. Não tem como não falar da minha mãe, a Giza Egito, porque ela é feminista. Ela nasceu numa fazenda no interior e construiu uma trajetória de libertação e de autonomia contra todas as expectativas dos meus avós, da cidadezinha, da sociedade, de tudo. Essas histórias e esses exemplos de mulher sempre foram muito naturais para mim. Essa mulher que é exemplo de luta e que se assume. Para mim sempre foi isso, nunca outra coisa. Tenho dois irmãos e nunca houve diferenciação entre a gente com coisas que “eram de menino ou de menina”. Minha mãe também sempre foi e ainda é muito sexy,  aos 61 anos. Ela usava jeans megajusto, salto alto, brincos gigantes. Lembro de ver esses objetos todos nela e achar fantástico. Ela é uma grande referência de postura feminina e de alguém que se coloca. Além de livros, ela sempre me mostrava muitos filmes. Lembro de que ela e uma amiga ficaram viciadas em Thelma & Louise, que eu vi pela primeira vez quando criança e é um filme que me acompanha até hoje. Esse filme foi a vingança da minha mãe contra o mundo (risos).

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Você tem uma filha de quatro anos. Como tenta passar suas vivências e ensinamentos para ela ter uma noção ampliada do feminismo?
Ela é pequena, ainda não é hora de doutrinar (risos). Mas é importante ela me enxergar como sou. Sempre quando eu fico meio mal porque estou viajando muito, ou porque estou de alguma forma ausente, penso que isso também é bom para ela crescer com a figura de uma mulher que tem uma vida independente e que não exerce somente o papel de mãe. No futuro isso vai ser bom. Esse final de semana, por exemplo, aconteceu uma coisa ótima. Fomos ao aniversário de uma amiga e chegando lá um amigo jornalista estava usando um shortinho de onça, uma camiseta transparente e um brinco gigante em forma de arara. Ela ficou olhando para ele e veio cochichar no meu ouvido. As pessoas perguntaram o que ela havia dito pensando que fosse achar muito estranho aquele visual . Ela queria saber porque esse amigo estava usando brinco numa orelha só. Fiquei orgulhosa! Então, acho que ela está indo no caminho certo, num caminho que é o da liberdade, o do não julgamento, e tudo de uma forma muito orgânica e natural. E é sempre o que vou tentar passar: que ela pode fazer sempre o que quiser assim como o outro também pode.

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É, nas fotos que você posta, ela parece estar sempre muito livre…
Sim! Ela escolhe as roupas que quer usar. Não gosta de nada prendendo o cabelo e nem de brincos. Ela é muito moleca, muito agitada e animada, mas também tem um lado que ama as princesas. Ela vai em tudo. Eu também não tenho nada contra as princesas, porque acho que de alguma forma contribui para esse monte de referências do feminino, até para ela tirar a média dela. O mais importante é não impor nenhuma limitação. Ela tem que tentar.

Como foi você se inserir em meios tipicamente masculinos como o do cinema e da publicidade e ser respeitada como profissional e mulher?
No meio do cinema foi muito tranquilo, porque as mulheres são celebradas como artistas. Você pode até escutar alguns comentários ou ver posturas machistas, mas nada exclusivo do meio. Na publicidade é um pouco mais complicado. As equipes de criação são todas masculinas. Em cinco anos acho que só trabalhei com uma criativa mulher. A concepção e as ideias já vêm muito impregnadas e é meio assustador os parâmetros e as referências. Do tipo: o cara está com um carrão, passa a gostosa e entra; você toma um iogurte para ficar magrinha e todo mundo te achar gata; ou você coloca um absorvente e começa a rebolar de calça branca e o cara olha pra sua bunda. Os conceitos são todos do ponto de vista masculino. Agora que a coisa está começando a mudar. Mas nunca senti algum abuso contra mim pessoalmente. Acho que muitas mudanças já estão acontecendo. Por exemplo, faço uma série publicitária da Intimus chamada “Marias” que na nova temporada as mulheres estão superempoderadas. O conceito da série é justamente falar de menstruação de um jeito mais real, sem estranheza e que desconstrói essa imagem de você passeando feliz da vida com uma calça justa enquanto está nesse período. Isso não existe. Até porque você provavelmente pode estar com cólica. Na série a gente toca muito nisso, as meninas estão vivendo a vida delas, com mil problemas e questões com trabalho, família, namorado, namorada, porque traz também uma menina que fica com menina. É o primeiro projeto que eu me engajo na publicidade que tem esse compromisso de atender as consumidoras de um jeito mais amplo, sem impor para elas um estereótipo. Cada vez mais esse tipo de coisa terá espaço.

Você dá a impressão de ser uma pessoa muito focada. Qual é a autoimagem que faz?
Não me acho focada, sou muito caótica. Posso até ser focada no sentido de que sempre quis fazer cinema e sempre trabalhei para isso. Mas no dia a dia acho que sou bem desorganizada e bagunceira.

Em seu primeiro longa, Amores Urbanos, que estreia agora, dia 19/5, fica ainda mais claro que você filma com uma sensibilidade nada óbvia. Logo nos primeiros minutos do filme dá pra perceber isso. Algo como dar tempo e temperatura para os sentimentos acontecerem nas cenas. Como foi esse processo?
Acho que pode até ser uma espécie de ressaca da publicidade, mas cada vez mais quero preservar o tempo dos atores na cena e esperar que as coisas aconteçam no tempo que elas verdadeiramente acontecem, sem muito corte, sem muita trilha sonora. Exceto pelas cenas de sexo, a gente ouve o que os personagens da cena estão ouvindo. Se eles estão no bar e escutam uma música a gente também ouve do jeito deles. Eu quis que esse clima viesse do que realmente estava acontecendo entre aquelas pessoas. Talvez seja um estudo que tenha começado de alguma forma nos meus curtas. Mas sim, para mim é cada vez mais importante preservar o tempo da cena, o mise en scène, sem interferir, sem ser autoritário com o espectador e interferir nas emoções dele.

Quanto tempo você demorou para tirar esse projeto do papel?
O Amores Urbanos foi até rápido em relação ao que normalmente demora um projeto de cinema. Comecei a escrever o roteiro no início de 2014. Em março eu já tinha o primeiro tratamento e chamei a turma para fazer a leitura na minha casa. A gente passou uma noite conversando e ouvindo ideias não só sobre o roteiro mas sobre a vida, porque todo mundo começou a falar das próprias experiências. Daí fiz um segundo tratamento e apresentei para o Heitor [o diretor Heitor Dhalia, que também é marido da cineasta] e ele gostou e pediu algumas alterações. Em julho fiz um terceiro tratamento no roteiro e o Heitor topou produzir. Marcamos as filmagens para setembro e outubro. Durante 2015 rolou a montagem, finalização de som e tudo mais.

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Você tem outro projeto de filme para esse ano sobre a batalha da Maria Antônia nos anos 60…
Escrevi o Rua Maria Antonia em 2010. Trata-se de um filme caro, de época e que estava demorando muito para a gente conseguir captar dinheiro. Fui ficando angustiada e, em 2014, eu fiz o Amores Urbanos, que é um projeto mais simples e barato. Mas daí o universo foi se mexendo e as coisas acontecendo e, enquanto eu estava finalizando esse filme, a gente conseguiu captar grana para o Rua Maria Antonia. Vamos filmá-lo no final desse ano ou no início de 2017. Essa batalha entre os estudantes da USP e do Mackenzie é um tema eterno. Nessa história a gente aborda todo o ano de 1968, um momento crítico da história do Brasil. E vendo tudo o que está acontecendo hoje no País, é cada vez mais necessário retomar esse assunto, porque parece que as pessoas esquecem o que foi essa época.

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Voltando ao Amores Urbanos, o filme faz um recorte preciso do que são esses novos jovens paulistanos na casa dos 30 anos. Como foi elaborar um ponto de partida?
O ponto de partida da história foi a primeira cena do filme, na qual a namorada do cara flagra a personagem da Julia e ele na cama. É uma cena real que aconteceu com uma amiga minha. Ela achava que namorava um cara e descobriu daquela forma que não era a namorada oficial, que o cara namorava outra menina há muito mais tempo. Eu sempre achei isso muito forte como cena, essa reviravolta da personagem, de você num segundo entender o que está acontecendo. Mas esse retrato não é só da turma de São Paulo, mas de todas as grandes cidades da América Latina e dos Estados Unidos.

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Os atores são seus próprios amigos. Como foi essa escolha? Você pensou neles para o filme desde o início ou existia outras possibilidades?
Não houve testes. Os personagens do Diego e da Julia eu escrevi para o Thiago Pethit e para a Maria Laura Nogueira. A personagem da Mica surgiu no primeiro tratamento do roteiro que a gente leu juntos e eu não sabia quem iria chamar. O Thiago e a Laura sugeriram a Renata Gaspar, que eu também conheço há muito tempo. Daí marquei um almoço com ela. Dois dias depois ela já me aparece com o cabelo curto, porque soube que eu queria que a Mica tivesse um cabelo assim. Mas não falei isso para ela antes para não introduzir essa questão antes de ela ler e ver se gostava. Essa intimidade que ocorre em cena é natural porque somos amigos há muito tempo e todo o elenco foi construído assim. Os atores que fazem os pais da Julia foram professores de teatro dela. Ou seja, eles são pais dela de alguma forma. A ideia foi chamar pessoas que tinham alguma ligação a partir do elenco principal. E a partir de agora eu só vou fazer filme dessa maneira, sem impor atores para o elenco principal.

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E se você tivesse que fazer um filme da sua própria vida, como você editaria e qual seria trilha?
Acho que todos os meus filmes são de certa forma sobre a minha vida. Na verdade, tem uma uma fase dela que eu gostaria de contar que é a da adolescência, que foi durante um período muito bacana do rock. Assisti recentemente Sem Dentes: Banguela Records e a Turma de 94, um documentário maravilhoso sobre o selo que lançou o primeiro disco dos Raimundos. Essa fase da música, o grunge, o hardcore, o punk rock e o início da MTV no Brasil foram marcantes para minha geração. Foi aquela fase que eu raspei a cabeça, depois pintei o cabelo de vermelho, tinha aquela escola que eu odiava… Isso daria um filme, não literalmente sobre mim, mas sobre essa época. Não sei se faria ele ambientado nos anos 90 para ter essa trilha, ou se adaptaria também para hoje. Me parece que a geração de hoje está meio babaquinha.

Você parece ser uma pessoa bastante destemida com a vida: vou, faço, posso e vamos em frente.
Deve ser por causa do meu sol em Áries, ascendente em Escorpião e a lua em Virgem (risos).

Você faz terapia?
Comecei a fazer esse ano. Estou na quinta sessão. Tive esse momento freudiano e junguiano de leitura que me interessou muito, mas nunca tinha feito análise. Vamos ver onde vai dar.

Algum medo te paralisa?
A morte. Apesar de ter uma sensação de que eu vá viver muito. E espero estar certa. Os arianos em geral são seres longevos e na minha família as pessoas costumam viver muito também. Não é que eu tenha medo de morrer agora, mas a ideia da finitude é algo bem assustador para mim. E acho que tem gente que lida melhor, geralmente quem tem religião. Eu sou ateia e realmente estou bem conectada com a matéria, mas não no sentido redutivo. Ao contrário, acho que a matéria, o presente, a vida, é o agora. Para mim não existe “vou morrer e vou pro céu encontrar e falar com o meu avô”. Não vou. Não existe mais eu, não existe mais nada. Então se eu tiver que falar algo com o meu avô, tem que ser agora, porque não vai ter esse depois. Então acho até positivo isso porque deixa a vida mais importante embora seja bem assustador também.

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Mas o fato de você não ter religião não necessariamente quer dizer que não cultive algo dentro de você.
Cultivo o amor às pessoas, à vida, um respeito a existência. Acho até mais complexo você exercitar a ética, o respeito, a moral, quando você não acredita que há algo superior te vendo e te julgando. O exercício é esse. Talvez seja um exercício mais doído, mas é mais concreto e consistente. Tento passar para a minha filha isso também, que é não ter medo. Já estudei várias religiões e elas são superbonitas, mas de uma forma poética. Você crer que existe uma inteligência que te vê e te julga, para mim, não funciona. E espero não introduzir essas ideias na minha filha. Espero que se ela não vá fazer alguma coisa, é porque não é legal e não porque ela pode ir para o inferno por causa daquilo. Se ela construir essa moral e essa ética baseadas nas próprias verdades, aí não tem quem a abale.

Você é impulsiva?
Muito! Mas acho que com 44 vou estar melhor, e com 54 vou estar ainda melhor, e assim por diante, aprendendo a ser cada vez menos. Já melhorei bastante. Áries é um signo muito combativo. A frase do meu signo é: “eu quero, eu quero, eu quero”. Tem um meme muito engraçado, típico dos arianos, com a seguinte frase: “não sei o que quero, mas quero agora!”. Essa sou eu.

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