Tem cada vez mais gente recorrendo a celulares sem conexão à Internet definitiva ou temporariamente. O que está por trás desse comportamento?
Na era da hiperconexão, os telefones com recursos limitados vêm ganhando espaço como uma alternativa pra quem quer se libertar dos smartphones — sobretudo entre a Geração Z. Aqui, a gente discute essa volta no tempo tecnológica e aponta caminhos menos radicais pra evitar o uso compulsivo do celular.
Geração Z no rolê com o celular
Celulares burros
Marcas como a Positivo ou a Nokia ainda produzem feature phones, também conhecidos como dumbphones, “telefones burros”, em inglês. O Nokia 105, por exemplo, é considerado um anti-smartphone, já que não está equipado com câmera, wi-fi ou Bluetooth — mas tem rádio FM e “jogo da cobrinha”.
O celular raiz também significa
· Fascínio pela estética das décadas passadas.
· Offline é o novo cool.
· Memórias da infância.
· Nostalgia e conexão com o passado.
· Desejo de se desconectar da realidade dos dias de hoje.
Um caminho no meio
Abdicar de todas as facilidades que os smartphones nos proporcionam definitivamente não é a única saída pra escapar do uso compulsivo. Mas se você sente dificuldade de controlar o tempo que passa no celular, bem como grande parte da humanidade, é preciso lançar mão de um mix de estratégia e disciplina pra encontrar o equilíbrio.
Um projeto de lei que está tramitando no Senado dos Estados Unidos (The Kids Online Safety Act) pretende exigir que as plataformas reduzam os recursos que induzem ao uso compulsivo. Enquanto medidas como essa não são aplicadas globalmente, o jeito é se proteger identificando o que faz você perder o controle e criando suas próprias regras.
Em busca do uso equilibrado
· Desative todas as notificações.
· Desative a reprodução ou rolagem automática.
· Não consegue se controlar? Desinstale o app.
· Deixe o celular em outro ambiente pra descansar ou socializar.
· Não deixe o telefone em cima da mesa durante as refeições.
· Deixe só os apps essenciais na tela de início.
Nossos telefones não são como a heroína. Eles são mais parecidos com a comida: todos nós precisamos comer, mas a forma como o sistema alimentar foi projetado e moldado pelas empresas não é boa. Todos estamos no mesmo cenário, mas cada um o vivencia de uma forma diferente. Trata-se de refletir sobre nossas motivações e avaliar o que funciona pra nós.
Amy Orben, psicóloga que lidera estudos sobre saúde mental digital na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, ao The Guardian
Crédito da imagem de abertura: Adobe Firefly
