A gente confia tanto nos dispositivos eletrônicos pra armazenar informações que parece que a nossa cabeça foi ficando mais “preguiçosa”. Estamos na era da amnésia digital?
Bastam alguns toques no celular pra encontrar qualquer tipo de dado, desde o telefone de um amigo até a receita de bolo que viralizou nas redes. Mas essa praticidade — aliada à falta de atenção — tem dificultado a consolidação de algumas memórias, fenômeno que vem sendo chamado de “amnésia digital”. O simples fato de saber que é possível acessar uma informação com facilidade já nos torna mais propensos a esquecê-la, segundo a pesquisa Google effects on memory: a meta-analytical review of the media effects of intensive Internet search behavior. Isso acontece porque não nos preocupamos em realmente aprendê-la.

No novo episódio do Desenrola, fomos pras ruas investigar de que forma a tecnologia vem afetando a nossa capacidade de memorização. A gente também conversou com a neurocientista Natália Mota e com o antropólogo Michel Alcoforado pra entender o que exatamente, podemos definir como “amnésia digital”.



“Muitas vezes, não estamos conseguindo memorizar as coisas porque não estamos presente de verdade, mas divididos em multitarefas no presencial e no on-line. Existe uma ilusão de que a atenção pode ser dividida, o que não é verdade.”
Natália Mota, neurocientista e psiquiatra computacional
“A experiência é uma dimensão fundamental na construção da nossa memória e dos contornos da nossa subjetividade. A gente vira o que a gente é pelo conjunto de experiências cotidianas que vai guardando na nossa cachola. Não é só o que você viveu, mas também o que guardou do que viveu.”
Michel Alcoforado, antropólogo e criador do Grupo Consumoteca, autor do livro De tédio ninguém morre
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