Aproveitamos a semana do Dia do Nordestino pra refletir sobre os preconceitos difundidos contra a população dos estados dessa região.
Não é verdade que todo nordestino tem o mesmo tipo físico, ou que existe uma “cara de nordestino”. A população do Nordeste é superdiversa, com várias características diferentes, assim como em outras regiões do Brasil.
O Nordeste é composto por nove estados com culturas, paisagens e pessoas diferentes. É a região com mais estados do Brasil. Passar as férias na Chapada Diamantina é bem diferente de passar as férias nos Lençóis Maranhenses.
O mito de que o nordestino tem um único sotaque — muitas vezes impulsionado por novelas e outras produções que “retratam” a região — ignora a sua rica diversidade linguística. Se entre São Paulo e Rio de Janeiro (430 km) já há muita diferença, imagine entre São Luís e Salvador (1.500 km).
A ideia de que a vida no Nordeste é definida exclusivamente pela seca é uma visão limitada. A região é composta por áreas verdes, cidades grandes e um extenso litoral. As narrativas, portanto, são complexas e plurais.
A produção cultural do Nordeste vai muito além de forró e “sertão”. Nem durante o Carnaval se ouve apenas um ritmo nas ruas. Pitty, Djavan, Pabllo Vittar, Maria Bethânia e Johnny Hooker são todos nordestinos.
Embora o sistema educacional enfrente desafios, como ocorre em todo o país, grande parte das notas máximas no Enem tem sido obtida por estudantes do Nordeste. Há muitos destaques também na ciência e nas academias.
“Você é da Bahia, conhece meu amigo cearense?”. A busca por encontrar uma conexão pessoal com base na origem no Nordeste desconsidera a individualidade dos habitantes. Com uma população de 60 milhões, é tão improvável quanto em qualquer outra parte do Brasil.