Tirar uma soneca depois do almoço faz bem pra saúde e até pro sistema capitalista. Veja as dicas pra você (tentar) incorporar esse hábito mediterrâneo à sua vida.
Na Espanha, país mais associado a esse hábito, a origem da siesta já remete ao capitalismo. Num país detonado pela Guerra Civil, era comum ter dois empregos e, entre um turno e outro, dar uma encostada pra aguentar o tranco. Enquanto isso, no campo, descansar nas horas mais quentes surge como questão de sobrevivência.
Matthew Walker, neurocientista e autor do livro Por que nós dormimos: A nova ciência do sono e do sonho, ao El País
Ainda que 60% dos espanhóis nunca façam a siesta, o hábito continua forte nas zonas rurais e boa parte dos serviços ainda têm uma longa pausa das 13h às 16h — mesmo sem dormir, muita gente tem esse tempo de descanso. O fato é que a esperança de vida na Espanha está entre as dez mais altas do mundo, com média de 82,3 anos.
Há inúmeras pesquisas sobre os efeitos da siesta na saúde, algumas delas contraditórias. Mas existe o consenso de que uma dormidinha curta — menos de meia hora — é a que traz benefícios, de preferência fora da cama. Isso porque o ideal é não atingir o sono profundo, o que pode prejudicar o descanso noturno.
Segundo dados reunidos pela Fundação Espanhola do Coração, essa dormidinha curta no meio do dia pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares, diminuir a pressão arterial, melhorar o humor e aliviar o stress e a ansiedade. Em princípio, pode ser difícil pegar no sono. Mas tirar meia hora pra relaxar já é um bom começo.