Organizar as 24 horas é um desafio humano. Aqui, a gente conta o que dizem pesquisas recentes e teorias sobre o assunto.

a arte de dividir o seu tempo

a arte de dividir o seu tempo

O dia tem 24 horas pra todo mundo. Mas a forma como se divide — e se sente — o tempo é regida por uma série de fatores culturais, socioeconômicos, geográficos e pessoais. Uma pesquisa recém-publicada na Scientific American mergulhou nessa questão pra desenhar uma média global de como o ser humano lida com o relógio.

A pesquisa confirmou a máxima de que passamos “mais de um terço de nossas vidas na cama” — a média global é 9,1 horas ao dia. Também revelou que atividades braçais, como a agricultura, ocupam muito mais tempo nos países mais pobres que nos ricos. Mas alguma coisa todos temos em comum: investimos um tempo significativo no transporte.

iguais e diferentes

foto: daniel granja / unsplash

Pesquisas como essa, sobre como o ser humano divide o seu tempo, vêm sendo usadas por organizações, a exemplo da ONU, pra medir as diferenças de gênero no trabalho não remunerado, entre outras questões fundamentais, e elaborar políticas públicas. Mas fazer uma avaliação de como você investe o seu tempo também pode trazer insights importantes sobre seu estilo de vida e o que traz felicidade.

o tempo é um lego

Em um mundo cada vez mais atarefado, teorias e técnicas que buscam um modelo mais eficiente de gestão de tempo estão por todo lado. O newDay é um app que divide o dia em 10 blocos de 100 minutos; o Four Quarters Method separa as 24 horas em quatro blocos e assim por diante.

o que essas teorias sobre a divisão de tempo têm em comum?

Repartir o dia em blocos. Até aí, nada novo. Assim como também não é novidade que nenhuma fórmula mágica funciona pra todo mundo. Vale, no entanto, atentar pro que dizem os especialistas em gestão de tempo que encaram essa questão de uma forma mais holística e humanizada.

sincronizar agenda

Autor do livro Start Finishing e da plataforma Productive Flourishing, o escritor norte-americano Charlie Gilkey advoga por uma divisão de tempo sincronizada a elementos como ritmo circadiano, padrões alimentares, carga mental, entre outros.

O que ele sugere é a divisão do dia em blocos classificados em quatro categorias:

Foco: quando a criatividade está em alta, melhor momento pra realizar tarefas que requerem inspiração e concentração.

Administração: pagar boletos, organizar a agenda, lavar louça, aproveitando que sua energia mental não está no auge.

Social: o período do dia em que você tem mais disposição pra interagir com pessoas.

Recuperação: um tempo pra cuidar de você, fazendo exercícios, descansando, meditando etc.

Obviamente, nem todo mundo tem o privilégio de poder organizar a agenda dessa forma. Mas se conhecer melhor e tentar encaixar certas tarefas de acordo com a sua disponibilidade mental e física pode tornar a vida mais suave. Escrever um diário por um período é uma forma de tentar entender como o seu ritmo flutua ao longo do dia.