A história do esporte praiano brasileiro que se espalhou pelo mundo — mas que vem perdendo espaço nos últimos anos.

ilustraçãos: eduardo gayotto

a ascensão  e a queda do

frescobol

frescobol

Anos atrás, essa era a trilha sonora das praias brasileiras de Norte a Sul. Mas nossas areias são território fertil pra novas tendências e, nas últimas décadas, modalidades como futevôlei, altinha, beach tennis e afins foram ocupando o território antes dominado pelas raquetinhas de madeira.

Poc poc poc.

Assim como muitos elementos da cultura de praia brasileira, o frescobol nasceu em Copacabana. A origem tem algumas versões. A mais aceita, porém, conta que o empresário Lian Pontes de Carvalho curtia jogar tênis com os amigos entre os postos 4 e 5. Por volta de 1945, se cansou de ver suas raquetes arruinadas pela maresia e produziu raquetinhas de madeira.

Made in Copacabana

foto: junius/ wiki commons

O frescobol faz 80 anos em 2025 e a gente aposta na volta por cima das raquetinhas.

Múltiplas variações de raquetes de tênis já existiam antes disso, claro. Há relatos da prática de esportes semelhantes ao tênis que remontam ao Império Romano e, em países como a Espanha e a França, a pelota basca e o jeu de paume fazem parte da herança cultural. Mas nenhum deles está tão vinculado ao pé na areia e sal no corpo.

inspiração

foto: fegrafe / wiki commons

O frescobol é o único esporte com espírito esportivo, sem disputa formal, vencidos ou vencedores.

Millôr Fernandes, desenhista, escritor e fã fervoroso das raquetinhas

No início, as raquetes eram feitas de madeira maciça e tinham formatos mais rústicos. Os primeiros modelos eram fabricados artesanalmente, muitas vezes reaproveitando materiais locais e sem muita preocupação com o design.

versão roots

foto: gil cavalcanti / wiki commons

O objetivo é bem brasileiro: nunca deixar a bola cair.

Ao longo do tempo, as raquetes foram ganhando leveza, ergonomia, manopla de silicone e cores mil. Hoje, há modelos feitos com materiais modernos como fibra de carbono e fibra de vidro — mas há quem, como a gente, ainda ame as de madeira.

Com o tempo, nosso frescobol conquistou adeptos ao redor do mundo, especialmente em países com culturas praianas como Portugal, Espanha e Israel.

do errejota pro mundo

foto: david shankbone/ wiki commons