Nem todo plástico pode ser reciclado e, muitas vezes, reciclar é caro e difícil. Entender essa questão é importante na hora de tomar decisões de consumo e pressionar quem tem poder de decidir.

a complexa questão do plástico

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Você pega um saquinho de plástico, vai até um ponto de coleta seletiva pra descartá-lo e acredita que, a partir daí, tudo vai dar certo? De fato, fazer esse esforço é fundamental. Mas a cadeia de produção e reciclagem desse material é complexa e envolve muito mais do que boa vontade por parte do consumidor. Aqui, a gente faz um resumo.

Segundo o relatório Um Oceano Livre de Plástico, da ONG Oceana Brasil, só 9% do plástico produzido no mundo até hoje foi reciclado — 14% foi incinerado e 77% ficou acumulado em lixões e no meio ambiente. Por isso, se tornou uma questão ambiental e de saúde pública, que também causa impacto econômico.  

A VERDADE INCÔMODA

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Só no Brasil, 325 milhões de quilos de plástico são despejados no mar por ano.

USA E JOGA FORA

Um dos focos do problema é que o Brasil produz 500 bilhões de itens de plástico de uso único por ano — o equivalente a 2,95 milhões de toneladas. São sacos, pratos, canudos, copinhos e muitos outros produtos que não podem ser reciclados.

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Reduzir drasticamente a produção de plásticos descartáveis seria um grande avanço. O Projeto de Lei 2524/2022, já em tramitação no Senado Federal, propõe a implementação da Economia Circular do Plástico, baseada em materiais reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis. Saiba mais em pareotsunamideplastico.org, da Oceana Brasil.

os desafios da reciclagem

Reciclar é essencial pra que o mundo não se afogue definitivamente no plástico. Mas, além da logística de coleta, há vários fatores que podem tornar o processo caro, complexo e, às vezes, até inviável. Um dos problemas é a presença de contaminantes, como tintas.

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Alguns plásticos, como o polietileno de alta densidade, usado em tampas e potes, ou o polietileno de baixa densidade, aplicado em sacos de lixo, podem ser reciclados com relativa facilidade. Já o filme BOPP, colorido por fora e metalizado por dentro, encontrado em embalagens de salgadinhos, por exemplo, requer um processo caro e complicado.

ESCALAS SUPERIORES

Se informar sobre essa cadeia e fazer o seu papel é importante. Mas jogar na mão do consumidor final a responsabilidade por essa questão é injusto e improdutivo. A solução passa, principalmente, por pressionar governos e empresas fabricantes pra garantir soluções mais viáveis tanto de produção quanto de reciclagem.

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