ilustrações: eduardo gayotto

Desabafos e devaneios sobre a vida sem irmãos. Deixe os seus nos comentários.

a dor e a delícia de ser filho único

Ser a única criança da casa costuma trazer mais alegria do que tristeza: 

não dividir atenção, brinquedos, guloseimas ou espaço. Mas, com o tempo, o silêncio do “não ter com quem” vai ganhando mais ou menos volume, conforme a etapa da vida.

Com a ajuda dos (vários) filhos únicos da equipe  do The Summer Hunter,  a gente reúne alguns insights sobre o sol e a sombra da vida sem irmãos.

Eu me viro

Filhos únicos tendem a desenvolver mais autonomia e aprendem a resolver problemas sem depender tanto dos outros — o que é uma habilidade que serve pra todas as áreas da vida.

Ser filha única me fez aprender a lidar melhor com a solitude e resolver os meus BOs sozinha. E se por um lado me aflige saber que, quando perder meus pais, não vou mais ter uma ligação de sangue tão próxima com ninguém, isso me estimulou a fazer amizades muito profundas que entrassem nesse lugar de família.

- Dandara Fonseca, repórter e apresentadora do Desenrola

Eu me viro

>> Não ter alguém pra brincar  ou defender você na infância. >> Não aprender a dividir  as coisas desde cedo. >> Ser a única pessoa responsável  pelo cuidado dos pais na velhice. >> Sentir solidão em várias ocasiões. >> Pressão de alcançar tudo aquilo  que seus pais projetaram em você.

- Renata Miwa, designer

Ser a filha mais velha, do meio  e mais nova ao mesmo tempo  gera muitas expectativas.

O lado financeiro

É provável que um filho único tenha mais possibilidades financeiras, o que pode resultar  em mais qualidade de vida, uma educação reforçada, mimos extras etc. Caso os pais deixem alguma herança, pode ser uma bela vantagem não ter que dividi-la  com ninguém.

- Fabiana Corrêa, jornalista

Ser filha única me fez ter uma verdadeira fascinação por famílias grandes. Se eu pudesse, faria viagens com tios e primos — e adoro passar o Natal com eles. Gosto dessa bagunça e acho que é por causa da falta que tive na infância.

>> Tomar decisões sem interlocutores pra dividir angústias ou refletir sobre o melhor caminho nas questões familiares  e cuidado dos pais. >>  Tomar decisões sem ter que ouvir os palpites de ninguém sobre o melhor caminho nas questões familiares e cuidado dos pais.

Ter toda a atenção dos pais e avós, especialmente sendo o primeiro neto, pode ser uma delícia. Crescendo, a falta de irmãos começa a pesar, principalmente na medida em que você se afasta dos pais e percebe que, com o envelhecimento deles, a responsabilidade vai  cair só em você.

- Ricardo Moreno, fundador do The Summer Hunter