Pra alguns especialistas, a rede já está agonizando, infestada de robôs e cada vez mais afastada de seu propósito de conectar pessoas e compartilhar conhecimento.

a internet  vai morrer?

a internet  vai morrer?

O que antes era visto como mais uma teoria da conspiração está cada vez mais real:  os seres humanos estão perdendo espaço e relevância na Internet pra máquinas que geram conteúdo por Inteligência Artificial, além de interagirem entre si e... com você. 

A rede que a gente  conhecia (e amava)  já era?

plot twist

O curioso é que, quando a Teoria da Internet Morta tomou força, lá por 2021, a motivação era outra: a rede parecia moribunda porque o algoritmo agressivo estava levando as pessoas a agirem como robôs. Em 2024, os robôs estão postando como pessoas. Há!

A internet  vai morrer?

A internet  vai morrer?

47,4%

30%

99%

do tráfego na Internet é gerado por robôs.

dos robôs são maliciosos, dedicados a copiar informações ou fazer ataques.

do conteúdo postado em 5 anos será  gerado por IA.

Fonte: A Internet morreu e esquecemos de enterrar?, Ronaldo Lemos, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, para a Folha de S.Paulo

Se tudo continuar assim, é possível que nossa geração terá sido a única a viver o tempo em que a Internet era feita por pessoas. Para as gerações futuras [...], essa ideia poderá parecer antiquada ou até grotesca: uma Internet humana como um cobertor feito de retalhos, esquecido  em algum canto  mofado do passado.

Ronaldo Lemos, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, em artigo da Folha de S.Paulo

crush no robô

Com o irônico nome Modern Love, um relatório publicado pela McAfee este ano aponta que 77% dos usuários de apps de relacionamento já toparam com perfis feitos por Inteligência Artificial, inclusive nas fotos — 26% acabou flertando com um robô.

A Teoria da Internet Morta não afirma que a maioria de suas interações pessoais na Internet são falsas. É, no entanto, uma lente interessante através da qual se pode ver a rede atualmente: já não é para os humanos, pelos humanos. Funciona como mais um lembrete pra sermos céticos e navegarmos com uma mente crítica.

Jake Renzella, professor-diretor de ciências da computação da UNSW Sydney e Vlada Rozova, pesquisadora em Machine Learning na Universidade de Melbourne, na Austrália, ao The Conversation

atentos e fortes

O lembrete pra navegar no modo crítico e atento fica ainda mais essencial em ano eleitoral, uma vez que as eleições deste ano serão as primeiras desde  o boom da inteligência  artificial generativa.

A médio prazo,  espero ver grandes plataformas olharem pro terreno baldio em que seus serviços se transformaram e usarem uma combinação de verificação de contas e detecção de IA pra tentar restaurar um pouco de humanidade  em suas ofertas. Se  será tarde demais, porém, é uma questão  em aberto.

Alex Hern, editor de tecnologia em artigo do The Guardian