A NOVA  EXPLOSÃO DA TAPEÇARIA

Artistas retomam a prática que teve grande importância no Brasil em décadas passadas, revigorando a  cena da arte têxtil contemporânea com técnicas variadas.

Usada como forma de expressão artística em território nacional desde o início do século 20, a tapeçaria brasileira teve grande relevância internacional entre os anos 1950 e 1970, graças a artistas consagrados como paulista Norberto Nicola; os baianos Genaro de Carvalho e Kennedy Bahia; os cariocas Rubem Dario e Burle Marx e o pernambucano Francisco Brennand.

TALENTOS CONTEMPORÂNEOS

Nos últimos anos, jovens artistas estão retomando essa prática. O movimento ganhou força durante o confinamento, quando muita gente passou a dedicar tempo a atividades manuais e a descobrir novos talentos pessoais, despertando o interesse pelo trabalho de artistas que já estavam nesse caminho.

O momento atual da tapeçaria também vem sendo impulsionado pela popularização, nas redes sociais, da pistola de tufagem, uma máquina que ajuda a produzir peças têxteis como se o artista estivesse pintando com fios —Jéssica Costa e Jan Albuquerque, por exemplo, são adeptos da técnica do tufting. Mas essa é apenas uma entre muitas técnicas que vêm sendo usadas pela nova geração.

“Entrelaçando propósitos e significados”, essa artista têxtil concebe peças repletas de simbologias e grafismos, com amplo uso de curvas e formas geométricas. Produz tapetes, mantas, estofados e outras peças.

PAOLA MÜLLER

A artista e designer busca o equilíbrio entre formas geométricas e orgânicas, com inspiração nas cores e figuras da natureza e das culturas indígenas. Além de produzir bordados e tapeçarias, trabalha com papel, tela, madeira e folhas sobre tecido.

NAYA CESCHIN

A partir de técnicas de costura, bordado, patchwork, tricô, assemblagem e colagem, cria peças que ganham volume e formas tridimensionais, muitas vezes fazendo alusão a partes do corpo humano e projeções psicológicas.

RENATO DIB

Também vale a pena ficar atento aos bordados de Gabriel Pessoto; ao trabalho de Helena Obersteiner, que mistura arte têxtil, desenhos e tatuagens; às influências modernistas de Raphael Dias; às peças lindas da tecelã Luiza Caldari e às formas orgânicas de Alex Rocca.

Raphael Dias; 

Linha pontilhada curva

TUDO EM UM

TUDO EM UM

Pra se aprofundar na história da tapeçaria brasileira, um bom lugar é a Galeria Passado Composto Século XX, em São Paulo, que organiza exposições de peso — Genaro e a Luz da Bahia está em cartaz até 17 de março — além de publicar e vender livros sobre o assunto.