A SAGA DO JEANS

A SAGA DO JEANS

De uniforme de trabalhadores braçais à passarela, a história da peça mais essencial do armário.

A teoria mais aceita é a de que a palavra jeans venha de “Genova”, cidade italiana onde um tecido resistente de sarja era produzido no século 19. Já a palavra denim teria origem em “de Nîmes”, em referência à cidade francesa que, na mesma época, produzia um material parecido.

Mas as calças como conhecemos hoje — de jeans tingido de índigo, com bolsos reforçados com rebites — ficaram tão atreladas à cultura norte-americana porque nasceram, em 1873, da parceria entre o alfaiate Jacob Davis e o alemão Levi Strauss, dono de uma fábrica de tecidos, em São Francisco, na Califórnia.

BORN IN THE USA

BORN IN THE USA

Inicialmente, os jeans eram feitos pra vestir trabalhadores braçais. O modelo mais icônico, Levi’s 501, foi criado em 1890 e popularizou de vez o blue denim.

Ainda assim, as calças só começaram a flertar com o cool na década de 1920, de carona com os cowboys de Hollywood na pele de ícones como John Wayne. Na década de 1930, a Vogue cunhou o termo western chic pra definir o estilo.

Nos anos 1950, a peça virou objeto do desejo dos jovens, vidrados em rebeldes interpretados por Marlon Brando e James Dean. Já nos 1960, foi adotada pelos hippies e a contracultura. Nos 1970, passou a vestir as feministas, como forma de reivindicar igualdade de gênero. A partir dos 1980, já era um item essencial pra qualquer cidadão.

A Calvin Klein foi a primeira marca a levar o jeans à passarela da alta moda, em 1976, abrindo a porta para o surgimento da indústria do jeans de luxo. Nos anos 1990, marcas como Dolce & Gabbana e Dior se renderam e pagar uma fortuna por um jeans foi naturalizado.

NA PASSARELA

NA PASSARELA

METAMORFOSE AMBULANTE

METAMORFOSE AMBULANTE

De lá pra cá, as cinturas subiram e baixaram; os tecidos ganharam elasticidade; o look oversize virou uniforme do movimento hip-hop; as possibilidades de cores e lavagens se provaram infinitas; a boca abriu e fechou e o jeans ganhou passe livre pra compor qualquer look.

A partir dos anos 2000, o skinny grudou geral e, em 2015, representava 40% das vendas do setor. Veio a pandemia e, em casa, muita gente trocou o aperto pelo conforto: um caminho sem volta. Taxada de cringe pelos mais jovens, a calça justíssima vem perdendo espaço com a volta dos modelos mais soltos que, desde 2021, bateram o skinny em vendas.

TENDÊNCIA DEFINITIVA

TENDÊNCIA DEFINITIVA

São necessários de 2 a 3 mil litros de água pra produzir uma calça jeans e 2M de toneladas de resíduos têxteis acabam em lixões e aterros por ano. Diante dos fatos, o upcycling — dar nova vida a peças que iriam pro lixo – e os jeans sustentáveis são as tendências mais relevantes dos últimos anos, independente do corte.

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