Já reparou como tem cada vez mais gente removendo os símbolos que um dia escolheu carregar no corpo? Aqui, a gente investiga o que está por trás dessa tendência.
Mais de um terço dos brasileiros (37%) tem pelo menos uma tatuagem, segundo dados do instituto alemão Dalia. Somos o 9° país com maior proporção de pessoas tatuadas no mundo. Nesse cenário, não é raro que o arrependimento apareça, especialmente quando se trata de desenhos feitos na adolescência e no início da vida adulta.
Se arrependimento matasse… 1 em cada 4 norte-americanos se arrepende de ao menos uma de suas tatuagens. Destes, 59% pretendem remover uma no futuro, e 23% planejam apagar mais de uma.
Fontes: Pew Research Center e estudo da Advanced Dermatology
Apesar de ainda ser um processo caro e demorado — o número de sessões varia conforme tamanho, cores, idade da tatuagem, tipo de pele etc. —, os avanços na tecnologia a laser tornaram a remoção mais segura, eficaz e (um pouco) menos dolorida. Isso fez com que mais gente considerasse apagar desenhos e frases que, antes, pareciam ser “pra sempre”.
Alguns anos atrás, a única solução era cobrir a tatuagem antiga com outra — geralmente maior e mais escura. E torcer pra segunda tentativa dar mais certo que a primeira.
A tatuagem sempre teve um quê de rebeldia. A questão é que, de uns anos pra cá, as pessoas parecem estar menos dispostas a romper com a norma. Valores como disciplina, autoconsciência e moderação estão em alta, inclusive entre os jovens. Hoje, cada escolha é pensada nos mínimos detalhes, e só o risco de se arrepender já é o suficiente pra desistir.
Na última década, o número de evangélicos cresceu de forma expressiva no país. E, como em muitas correntes religiosas as tatuagens não são bem-vistas, é comum que pessoas recém-convertidas optem por removê-las. Além disso, ideias e comportamentos conservadores têm ganhado força entre as novas gerações — a exemplo de trends como as tradwives e a moda modesta.
Pele com aquele glow natural, maquiagem leve, cabelo preso, roupas em tons neutros: na era da “clean girl aesthetic”, um corpo cheio de tatuagens pode parecer incompatível.
O cenário melhorou e, em várias áreas profissionais, as tatuagens — exceto em lugares mais visíveis, como o rosto — já não são mais uma barreira pra conseguir emprego. No entanto, dependendo do segmento, o preconceito persiste, e pessoas tatuadas ainda podem ser vistas como menos qualificadas ou sérias.