As botas duras que todo  mundo quer

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Criadas pra trabalhadores britânicos, adotadas por punks  e eternizadas na moda, as  Dr. Martens são um símbolo eterno de rebeldia, estilo e resistência.

Elas são pesadas, rígidas, difíceis de amaciar, caras e, ainda assim, desejadas no mundo inteiro. Com seu visual bold, as botas Dr. Martens duram uma vida, atravessam décadas e continuam sendo um ícone em várias cenas e culturas, transitando da lama de Glastonbury aos trópicos. Por quê?

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A história começa em 1945, quando o médico alemão  Klaus Maertens, recém-saído  do exército, quebra o pé. Incomodado com as botas duras da época, cria um protótipo mais confortável, com sola de borracha amortecida por ar e materiais militares em desuso. Em 1947,  ele abre uma pequena fábrica.

foto:  dr. martens

Alemanha, pós-guerra

Na pacata Wollaston, na Inglaterra, o modelo chama atenção da empresa Griggs, que compra a patente.

CORTA PRA 1960:

Os britânicos fizeram alguns ajustes — incluindo a icônica costura amarela — e lançaram, em 1o de abril  de 1960, a 1460 Dr. Martens clássica, com oito furos. Criada originalmente pra operários, virou sucesso entre carteiros, policiais e trabalhadores da indústria.

Nasce um ícone

foto:  dr. martens

Pete Townshend, do The Who, foi o primeiro artista a usar uma Dr. Martens como símbolo do seu orgulho de classe trabalhadora.

1967 

Minhas 1460 me libertaram  da psicodelia e de todo o nonsense que veio com isso. __

Pete Townshend explicando como as  Dr. Martens foram um “antídoto” contra  o visual hippie que imperava na época

anos 1970

Nos anos 1970, punks e skinheads britânicos adotaram as botas como símbolo de resistência e atitude. Nos pés de bandas como The Clash, Sex Pistols e The Slits — Viv Albertine teria sido a primeira mulher a usá-las —, saíram definitivamente das fábricas pro underground.

The Clash

The Specials

Sid Vicious

1980-2020:

— Foram queridinhas do grunge  e do britpop. — Se tornaram um ícone  da cultura de festivais. — Reinterpretadas por marcas como Comme des Garçons  e Marc Jacobs. — Collabs ecléticas, das bonecas Bratz aos bichinhos fofos da BT21. — Volta às origens com  homenagem ao The Who

de subcultura ao mainstream

Não é só Deus que voltou à mesa, mas também a morte: o Vale quer superá-la com tecnologia — e, às vezes, com oração.

Rancid

Blur

novos tempos

Nos últimos anos, a marca diversificou seus produtos e viu  a procura por suas botas caírem.  Ao mesmo tempo, sobem as vendas das suas sandálias — pesadonas  e com as mesmas costuras consagradas —, já em vias  de se tornarem um novo ícone.

foto:  dr. martens