A boneca que rende US$ 1,5 bilhão à Mattel anualmente vai encarar o mundo real no cinema. Por que esse brinquedo continua causando tanto furor?
A primeira Barbie, lançada em 1959, já tinha um pezinho (em ponta) no mundo do cinema: o chefe de maquiagem da Universal foi contratado pra garantir que a boneca tivesse o que, na época, acreditava-se ser uma “aparência totalmente norte-americana”.
O brinquedo causou furor. Em uma época em que as bonecas representavam bebês ou crianças pra que fossem “cuidadas” pelas meninas, despertando seus instintos maternais, a Barbie convidava a fantasiar sobre a vida adulta. Nascia uma boneca aspiracional. Ao invés de cuidar delas, as crianças queriam ser como elas.
Com o tempo, Barbie ganhou mil e uma profissões, de surfista a Nobel de física. A diversidade chegou, ainda que tardia: Barbies de traços africanos e latinos foram lançadas em 1980 e, a partir de 1990, as proporções corporais irreais foram revisadas. Hoje em dia, ela pode ser baixa, curvilínea, gorda, atlética, LGBTQIA+, com deficiências físicas...
O filme abraça a trajetória polêmica da boneca e contém ironia. Protagonizado por uma atriz que representa a Barbie clássica como ninguém, o longa dirigido por Greta Gerwig segue uma narrativa típica de Jornada do Herói, com a protagonista se aventurando no mundo real, em um cenário que, assim como a música Barbie Girl, rima plástico com fantástico.
No filme, Barbie celebra a diversidade e ri de si mesma. Prepare-se pra se divertir com Ken atravessando uma crise existencial por sempre estar à sombra da protagonista, ou com a boneca lidando com o fato de encostar o pé inteiro no chão — e tendo que optar entre um sapato de salto e um Birkenstock, simbolizando a “verdade sobre o universo”.