o fenômeno barbie

o fenômeno barbie

A boneca que rende US$ 1,5 bilhão à Mattel anualmente vai encarar o mundo real no cinema. Por que esse brinquedo continua causando tanto furor?

A boneca mais conhecida — e polêmica — do planeta “enfrentará” o mundo real no cinema, na pele da atriz australiana Margot Robbie. E a febre já começou mesmo antes da estreia do filme Barbie, que acontece hoje. Por que tanto barulho? Arraste pro lado pra mergulhar nessa história de amor e problematizações.  

A primeira Barbie, lançada em 1959, já tinha um pezinho (em ponta) no mundo do cinema: o chefe de maquiagem da Universal foi contratado pra garantir que a boneca tivesse o que, na época, acreditava-se ser uma “aparência totalmente norte-americana”.

NASCE UMA ADULTA

O brinquedo causou furor. Em uma época em que as bonecas representavam bebês ou crianças pra que fossem “cuidadas” pelas meninas, despertando seus instintos maternais, a Barbie convidava a fantasiar sobre a vida adulta. Nascia uma boneca aspiracional. Ao invés de cuidar delas, as crianças queriam ser como elas.

QUERO SER BARBIE

Os comerciais encorajavam a “pegar a Barbie e o Ken e ver aonde o romance vai levar”. Pais e mães perderam o sono com a sexualização do corpo de plástico, espelhado na estética associada às “coelhinhas” da Playboy. Feministas esbravejaram argumentando que suas características reforçavam estereótipos de gênero e padrões de beleza implacáveis. Mesmo assim, vendeu que nem água.

Com o tempo, Barbie ganhou mil e uma profissões, de surfista a Nobel de física. A diversidade chegou, ainda que tardia: Barbies de traços africanos e latinos foram lançadas em 1980 e, a partir de 1990, as proporções corporais irreais foram revisadas. Hoje em dia, ela pode ser baixa, curvilínea, gorda, atlética, LGBTQIA+, com deficiências físicas...

NOVOS TEMPOS, NOVAS BARBIES

O filme abraça a trajetória polêmica da boneca e contém ironia. Protagonizado por uma atriz que representa a Barbie clássica como ninguém, o longa dirigido por Greta Gerwig segue uma narrativa típica de Jornada do Herói, com a protagonista se aventurando no mundo real, em um cenário que, assim como a música Barbie Girl, rima plástico com fantástico.

LIFE IN PLASTIC

No filme, Barbie celebra a diversidade e ri de si mesma. Prepare-se pra se divertir com Ken atravessando uma crise existencial por sempre estar à sombra da protagonista, ou com a boneca lidando com o fato de encostar o pé inteiro no chão — e tendo que optar entre um sapato de salto e um Birkenstock, simbolizando a “verdade sobre o universo”.

SÓ RINDO

Acima de tudo, o filme vem fazendo tanto barulho porque mexe com um sentimento capaz de tocar as pessoas e criar conexões: a nostalgia. Polêmicas à parte, milhões de pessoas brincaram de Barbie e vão se deliciar com as incontáveis referências aos objetos do desejo da infância, que ganham vida na telona: os óculos, a casa, o carro conversível, os patins e mais um sem-fim de peças inspiradas nas originais.