Droga popular nas raves na virada do milênio, esse anestésico é a nova esperança no tratamento de depressões severas, entre outros transtornos mentais graves.

A Vez da Cetamina

A Vez da Cetamina

A cetamina (ou ketamina) começou a ser usada de forma recreativa nos anos 1970, ganhou força na cena clubber e acabou sendo tachada de “droga do estupro”,  já que pode funcionar como um “boa noite, Cinderela”. Recentemente, no entanto, vem sendo apontada como promessa no tratamento de transtornos mentais.  

Diferente dos antidepressivos convencionais, que agem para aumentar o nível de serotonina, tudo indica que a cetamina atua sobre outro neurotransmissor, o glutamato, que também ajuda a regular o humor.

Outro Esquema

Pesquisas recentes mostraram que pacientes resistentes aos remédios convencionais para doenças como depressão severa, transtorno bipolar, entre outras, tiveram um alívio imediato dos sintomas já na primeira dose de cetamina.

Alívio Imediato

Alívio Imediato

Ao contrário de outras drogas recreativas estudadas pela psiquiatria, como o MDMA, a cetamina é usada em hospitais como anestésico há décadas e pode ser prescrita pelos médicos.

No Brasil, alguns profissionais já estão usando a substância para tratar depressão severa e um spray nasal de Escetamina (derivado da cetamina) foi aprovado pela Anvisa em 2020.

Nos EUA, centenas de ketamine clinics pipocaram nos últimos anos. Algumas são associadas a instituições acadêmicas, enquanto outras são verdadeiros spas boutique para a mente, caso da Nushama (@nushamawellness), de NY York. Também há serviços de delivery (!) que entregam kits para tratamentos em casa, a exemplo da Mindbloom (@mymindbloom).

Sob Efeito

Sob Efeito

Nessas clínicas, a cetamina pode ser aplicada por via intravenosa, nasal ou em comprimidos. Durante a sessão, que costuma durar 1 ou 2 horas, o paciente pode ter sensações como dissociação (sair do corpo), desconexão da realidade ou euforia.

“Entendo a corrida pela cetamina. Mas, diante da falta de dados de longo prazo, que são indispensáveis para entendermos efeitos colaterais e riscos de abuso, acredito que a droga  ainda não está pronta para uso geral seguro”, disse ao The New York Times a Dra. Carolyn Rodriguez, da Universidade de Stanford, que conduziu um estudo sobre a substância para tratar o transtorno obsessivo-compulsivo e observou uma diminuição imediata dos sintomas.