Novo livro ajuda a entender como criamos as nossas memórias e o que podemos fazer pra que as coisas boas da vida sejam “inesquecíveis” — ou quase.

como cultivar as boas lembranças?

Mas, na prática, não é bem assim. Muitas vezes, cada pessoa presente em um mesmo evento tem um ponto de vista diferente do que aconteceu. E estamos constantemente esquecendo das coisas. Mesmo as muito boas.

Segundo Charan Ranganath, professor de psicologia e neurociência da Universidade da Califórnia, autor do novo livro Why We Remember, nossas memórias são uma versão da realidade concebida através das lentes da interpretação e da imaginação.

JOGO DA MEMÓRIA

“Penso na memória mais como uma pintura do que como uma fotografia. Muitas vezes, há aspectos realistas em um quadro, mas também há interpretação. À medida que um pintor evolui, ele pode revisitar a mesma obra repetidamente e pintar de forma diferente.”

Charan Ranganath, em entrevista ao The New York Times

- Coisas assustadoras. - Aquilo que estimula nosso desejo. - O que nos surpreende. - Experiências ligadas à nossa sobrevivência.

E o que podemos fazer pra que os bons momentos criem raízes mais profundas em nossa memória?

Ao se dar conta de que está vivendo um momento que gostaria de eternizar, foque ativamente nos aspectos que importam. Se concentre nas imagens, nos sons, nos cheiros. Tudo isso fará com que, ao acessar essa memória mais tarde, ela venha mais rica em detalhes.

memória 360º

Ao se distrair constantemente com o celular, até mesmo tentando registrar o momento com a câmera, talvez você não se lembre dos detalhes, pelo simples fato de que, de certa forma, nunca esteve realmente lá.

Fazer o esforço de puxar as boas lembranças da memória de vez em quando é uma forma de mantê-las vivas, mesmo que isso acrescente uma nova camada de tinta. “Atualizamos as nossas memórias através do ato de recordar”, explica Ranganath.

recorDAR É VIVER