Dicas pra reduzir os danos causados pela enxurrada de conteúdos perturbadores em tempos de guerras.
Depois de ser impactado por fotos ou vídeos brutais, desvie conscientemente a atenção, nem que seja por alguns segundos. Pense em uma imagem ou algum momento que transmita uma sensação de segurança e proteção. Recorra a esse mesmo pensamento sempre que as emoções negativas aflorarem.
Em momentos de ansiedade ou pânico, tente colocar em prática algumas técnicas de Mindfulness. Foque sua atenção em objetos ao seu redor, sinta seu corpo em contato com o chão, beba um copo de água fria. Tudo isso ajuda a reconectar com o aqui e o agora e a tomar uma distância segura do que está acontecendo nas zonas de conflito.
Sempre que der, desligue o som dos vídeos. Ou então, prefira ouvir as notícias ao invés de assisti-las. Quanto maior o número de sentidos expostos ao horror, maior a chance de um conteúdo perturbador causar danos psicológicos mais profundos, provocando traumas.
Não assista a vídeos em looping, tape as partes mais duras com a mão se for o caso e desista no meio sempre que um conteúdo começar a provocar emoções negativas demais. Você não precisa, necessariamente, absorver doses diárias de crueldade explícita pra se manter informado ou formar uma opinião sobre as questões atuais.
Trecho do artigo “Imagens de horror em Gaza e Israel: como podemos nos proteger?”, de Cristina Tardáguila, sócia-fundadora da Agência Lupa e diretora adjunta da International Fact-Checking Network (IFCN)
Você tem responsabilidade em cuidar dos demais no que estiver dentro do seu alcance. Se você realmente achar necessário compartilhar uma notícia com imagens sensíveis ou postar nas redes sociais, avise que o conteúdo pode ser perturbador.
Também é imprescindível ter segurança sobre a veracidade do conteúdo antes de correr o risco de espalhar notícias falsas. Vale saber que as imagens sobre o conflito atual no Oriente Médio têm desafiado até mesmo as agências internacionais de checagem de fatos.