Todo mundo sente, até os fofos. Bem trabalhada, essa emoção pode fazer você levantar do sofá e resolver seus BOs.

tIlustrações: Eduardo Gayotto

Como toda emoção humana, a raiva tem muitas camadas. Pode cegar e, ao mesmo tempo, provocar insights. Ser paralisante e, também, motivadora. Tem o tipo egoísta — grrr, por que comigo??? — e o altruísta, que empurra a protestar contra as injustiças. Ao invés de sufocar esse sentimento, por que  não fazer ele trabalhar por você?

A raiva serve como um alarme interno, chamando a atenção pra uma injustiça ou um erro que precisa  de ser corrigido.

Ryan Martin, psicólogo e autor do livro Desconstruindo a raiva: Ela é uma força poderosa e você pode usá-la a seu favor

- Pra quem menos merece - Gritos - Um rio de lágrimas - Maxilar travado - Drinks - Ironia ácida - Noites em claro

A raiva improdutiva pode atrapalhar suas relações pessoais, queimar seu filme no trabalho e até colocar a integridade física de outras pessoas em risco. Quem a sente com muita frequência ainda corre mais risco de ter doenças cardíacas, acidentes vasculares, hipertensão, além de problemas metabólicos, musculares e respiratórios. Então, como puxá-la pro  lado solar?

Bastidores da raiva

Nosso sistema nervoso simpático ativa a resposta de lutar ou fugir. A frequência cardíaca aumenta, a respiração se intensifica e ficamos prontos pro combate. A ideia é conseguir aproveitar essa energia e esse estado mental pra reagir.

O problema é que também rola uma falsa sensação de certeza e clareza. Ou seja, pra não mandar mal, é preciso ter a destreza de tomar distância, refletir sobre o que está provocando esse fogo interior, focar no seu objetivo e se planejar pra resolver a questão.

Raivas que vêm de injustiças? Ao invés de se limitar a vociferar...

- Cobrar autoridades responsáveis. ·  Participar de manifestações. ·   Doar a organizações relevantes. ·  Fazer trabalho social. ·  Organizar comunidades.

Você só se irrita com algo que é relevante pra você.

Maria Homem, psicanalista, pesquisadora do Núcleo Diversitas FFLCH/USP e professora da FAAP, no vídeo Raiva e pacto social, no seu canal no YouTube