Vários fatores contribuem pra moldar as sensações que a comida nos provoca: o sabor, o valor nutricional, a forma como os alimentos são produzidos... Mas grande parte da felicidade que obtemos com nossos pratos favoritos vem das memórias que despertam em nós. Entenda a ciência por trás da “comida conforto”.

Segundo a psiquiatra Uma Naidoo, autora do livro This Is Your Brain on Food, depois de ingerir um doce ou uma massa, os níveis de serotonina no cérebro aumentam e temos uma sensação momentânea de prazer e calma. Em algumas pessoas, essa resposta até pode ser mais intensa, mas é algo que rola com todo mundo. Por isso, esse tipo de alimento costuma ser definido como “comida conforto”.

Por outro lado, a paixão que a gente tem por certos alimentos pode não ter nada a ver com o conteúdo nutricional e nem com o sabor: grande parte da alegria que sentimos com nossos pratos favoritos vem das lembranças que associamos a eles.

GOSTINHO DE LEMBRANÇA

GOSTINHO DE LEMBRANÇA

Não é à toa que cada cultura tem suas “comidas conforto”. Enquanto, pros brasileiros, um quindim ou uma feijoada pode ter o mesmo efeito de um abraço de avó, pra um francês pode ser um escargot ensopado que aquece o coração.

COMIDAS QUE ABRAÇAM

COMIDAS QUE ABRAÇAM

Estudos já comprovaram que somos atraídos por alimentos que recebemos no início da vida de pessoas que cuidaram de nós. É aí que entra o pudim da sua avó, o prato que seu pai preparava quando você estava doentinho e outros sabores que nos conectam diretamente com as lembranças da infância.

Só o cheiro dessas comidas já pode trazer lembranças poderosas. Isso porque a parte do cérebro responsável pelo processamento do olfato se conecta diretamente à amígdala, que processa as emoções, e ao hipocampo, que lida com a memória. Essa conexão é especialmente forte quando se trata de cheiros aos quais fomos expostos pela primeira vez na infância.

Além de memórias gostosas, o contexto em que comemos também interfere em como apreciamos certa comida, já que nossas experiências gustativas podem ser intensificadas por um senso de comunidade. Estar rodeado de pessoas queridas é o melhor tempero.

AMOR ENVOLVIDO

AMOR ENVOLVIDO

O caminho inverso também vale. Depois de uma experiência negativa relacionada com algum alimento — de um revertério estomacal a uma briga com o tio no Natal —, temos uma tendência natural de evitá-lo.

COMIDA DESCONFORTO

COMIDA DESCONFORTO