Será que rola parar de arrastar esse peso pra viver mais leve? Fácil não é, mas encarar o problema de frente e investigar suas origens pode ser um bom começo.
ilustrações: eduardo gayotto
É natural sentir culpa. E isso é fundamental pra que a gente consiga viver em sociedade, já que ajuda a impor limites e empurra as pessoas a se manterem conectadas com seus semelhantes, aguçando a empatia e a solidariedade. A incapacidade de sentir culpa, afinal de contas, é uma das características elementares do psicopata.
Por outro lado, a culpa também pode ser uma emoção difusa e não construtiva, que surge do além nos momentos mais aleatórios — essa “roleta-russa” costuma atingir em cheio as mulheres, especialmente as que são mães. Se não for gerenciada, nos paralisa e faz com que desperdicemos uma energia valiosa.
Na sociedade capitalista, a culpa por não estar produzindo tanto quanto “deveríamos” é epidêmica. Mesmo sabendo que não há problema nenhum em descansar e não fazer nada de vez em quando, chegamos ao absurdo de sentir remordimento por tirar uma licença médica, por sair de férias ou por ir embora do trabalho na hora combinada.
A real é que a sua culpa não ajuda ninguém — apenas acrescenta mais uma camada de sofrimento à situação e ao mundo. Sem esse peso, podemos ser mais produtivos e proativos na tentativa de aliviar o sofrimento dos outros, o que também ajuda a espantar os remordimentos.
Investigar a origem da culpa, especialmente quando ela é crônica, é fundamental pra sanar o problema — uma terapia vai muito bem nessa hora!