ilustrações: eduardo gayotto / noum project

O cientista social Arthur Brooks aponta caminhos pra encontrar sentido na vida e construir uma existência mais feliz.

DÁ PRA SER FELIZ NO MUNDO DE HOJE?

Em meio a múltiplas crises, guerras e aflições, surge o questionamento: dá pra ser feliz no mundo de hoje? 

Junto com Renata Rivetti, estudiosa da ciência da felicidade, a gente fala sobre os caminhos apontados pelo bestseller Arthur Brooks na última edição do Wohasu, conferência global sobre felicidade, que rolou esta semana em Miami.

Em seu talk no Wohasu, Brooks destacou o crescimento significativo dos transtornos mentais, como ansiedade e depressão, acompanhado por uma crescente sensação de vazio e falta de propósito. Segundo o professor da Universidade de Harvard (EUA), esses fenômenos refletem uma busca equivocada pela felicidade, que muitas vezes ignora um elemento essencial da equação.  

A CONTA NÃO FECHA

Felicidade = prazer + satisfação + significado

PRAZER,

além da gratificação momentânea:

·  Experiências que constroem memórias e relações. ·  Compartilhar experiências. ·  Praticar a gratidão. ·  Investir em hobbies. ·  Aproveitar o momento com atenção plena.

SATISFAÇÃO

Surge da evolução pra algo significativo e do reconhecimento do próprio crescimento, o que inclui definir e alcançar metas, valorizar o esforço tanto quanto (ou mais do que) o resultado final, celebrar pequenas vitórias, desenvolver resiliência e ajudar os outros a alcançarem seus objetivos.

SIGNIFICADO

envolve propósito e um senso de conexão com os outros e o mundo:

– Construir relacionamentos profundos. – Contribuir pra sociedade. – Desenvolver um propósito maior. – Encontrar sua espiritualidade.

Segundo o cientista social, é preciso combinar conscientemente os três elementos da felicidade — prazer, satisfação e significado. Porém, o aumento do espaço que a tecnologia ocupa no cotidiano vem reduzindo a nossa capacidade de chegar a reflexões mais profundas sobre uma vida com propósito.

Passamos o dia trabalhando no lado esquerdo do cérebro e, depois que acabamos, não sabemos lidar com o tédio. Seguimos divagando com tecnologia pra nos tirar da monotonia e, assim, não acessamos o lado direito pra buscar reflexões sobre os aspectos mais complexos da vida e o sentido dela. __

Arthur Brooks, cientista social, professor da Universidade de Harvard (EUA), colunista do The Atlantic e escritor, na última edição do Wohasu