É impossível traduzir em palavras o efeito que “a batida perfeita” exerce sobre nós. O corpo responde antes de qualquer explicação racional: sobe um arrepio, o coração acelera e é como se o próprio ritmo assumisse o controle dos movimentos. Só que o som que é mágico pra você pode ser indiferente ou até irritante pra outras pessoas. Por quê?

No livro This Is What It Sounds Like, a engenheira de som e psicóloga cognitiva Susan Rogers — que trabalhou com Prince e David Byrne — e o neurocientista e matemático Ogi Ogas mergulham nos componentes da música e da mente humana pra explicar de onde vem nosso gosto musical.

TOCA RAUL!

TOCA RAUL!

Segundo a teoria de Rogers, cada pessoa possui um “perfil de ouvinte” único, baseado na reação do nosso cérebro a sete dimensões essenciais da música: autenticidade, realismo, novidade, melodia, letra, ritmo e timbre.

ALGORITMO PESSOAL

ALGORITMO PESSOAL

“A música funciona muito mais como comida do que como arquitetura. Às vezes precisamos de sal, outras, de açúcar. Assim como temos apetites diferentes por comida, temos apetites diferentes por música: seu cérebro procura diferentes guloseimas dependendo do que você necessita no momento.”

Susan Rogers

SCANNER MUSICAL

SCANNER MUSICAL

Quando você ouve um novo disco, seu cérebro inconscientemente escaneia a música. Primeiro, você examina os timbres e, em alguns milissegundos, reconhece o estilo. Depois, outra parte do cérebro processa as palavras e por aí vai.

ADICIONAR À PLAYLIST

ADICIONAR À PLAYLIST

Enquanto o seu cérebro processa uma nova música, vai procurando aquele “algo mais” que, quando reconhecido pelo córtex auditivo, fará com que você tenha o impulso de adicionar essa faixa à uma de suas playlists favoritas.

Quando acontece esse match, o sistema de recompensas do cérebro é ativado e várias substâncias relacionadas à sensação de “ai, que gostoso” são liberadas. Com o tempo, nosso córtex auditivo é moldado pra reconhecer mais rapidamente os ritmos, as melodias, as harmonias, as mudanças de acordes e as estrofes que amamos.

QUESTÃO CULTURAL

QUESTÃO CULTURAL

Ao crescermos cercados por determinados ritmos, é natural que eles nos tragam conforto e prazer, ao passo que o cérebro precisa se reorganizar funcionalmente pra captar novos sons e ser cativado por eles, o que exige mais empenho e paciência.