O tempo vai passando e trabalho, relacionamentos e, em muitos casos, filhos vão ocupando um espaço cada vez maior. Mas pode ser diferente.

e se os

e se os

fossem o centro da nossa vida?

amigos

Uma amizade pode durar mais que um casamento e ser uma presença bem mais ponta firme na alegria e, sobretudo, na tristeza. Filhos voam pelo mundo, enquanto amigos continuam lá — além disso, são as testemunhas oculares da pessoa que você era antes de... tanta coisa. Ainda assim, esse tipo de laço nem sempre é tratado com a importância que merece.

“Apenas” bons amigos?  Amizade é tudo!

Em seu novo livro, The Other Significant Others, a jornalista norte-americana Rhaina Cohen traça um panorama de como a vida pode ser quando os amigos ocupam um papel central, à frente dos relacionamentos românticos.

Com base em anos de reportagens e pesquisas em ciências sociais, ela argumenta que minamos os relacionamentos românticos porque esperamos muito deles, enquanto diminuímos as amizades ao esperarmos pouco delas. A autora também relata como, ao longo da história, a nossa sociedade nem sempre teve o casamento como  a maior fonte de significado ou de amor.

amizade  no centro:

Decisões e planejamento de vida em conjunto. Um cuida do outro nos perrengues de saúde. Copropriedades: casa, carro etc. Criação dos filhos em comunidade. Velhice planejada em parceria.

Ampliar o sentido da amizade na vida pode ser uma inspiração pra nós como sociedade, e um exemplo de como coletivamente podemos expandir nossas concepções de intimidade e cuidado. Afinal, no contexto atual de solidão generalizada, teríamos mais a ganhar expandindo a noção de família pra além dos casais de duas pessoas.

André Carvalhal, palestrante e consultor de comportamento e sustentabilidade na news carvalhando

juntos até o fim

Um bom exemplo que ilustra essa postura é a turma de amigos que se uniu pra construir o Cohousing Bem Viver, uma vila com casas e espaços comuns em Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo, onde pretendem viver juntos na velhice.

Segundo o IBGE, 11,8 milhões de pessoas moram sozinhas no Brasil — 41,8% delas são idosas (60+). Isso não significa que todos os que vivem sós o fazem por falta de opção. Mas é fato que, ao passo que envelhecemos, a vida social tende a diminuir e o isolamento se torna a realidade de muita gente. Colocar amizades em primeiro plano pode fazer toda diferença nessa hora.

A amizade é especialmente importante num momento em que muitas pessoas não vão se casar, ou vão ficar viúvas. É um tipo de relacionamento que pode proporcionar muita da satisfação que consideramos ser apenas fruto de relacionamentos românticos, o que considero muito limitante.

Rhaina Cohen em entrevista  ao The Atlantic