Depois de dois anos de restrições, a grande oferenda que celebra o dia da Orixá volta com tudo pra comemorar o seu centenário no Rio Vermelho, em Salvador.
Armando Vallado, babalorixá do candomblé Casa das Águas e doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo, ao jornal O Globo.
Uma mudança importante marcará a festa deste ano: a partir de hoje, a Colônia de Pescadores Z-01 passa a abrigar a escultura de uma Iemanjá preta, que substitui uma estátua de traços e “pele” brancos, acatando a proposta de um grupo de ativistas e estudiosas do movimento negro.
A cerimônia de entrega dos presentes a Iemanjá em Salvador teve origem em 1923. Para os pescadores da região, era uma forma de pedir paz e agradecer à Orixá pelo alimento retirado do mar.
Mais tarde, os pescadores se uniram aos terreiros de candomblé e passaram a fazer a oferenda segundos os preceitos e rituais dessa religião de matriz africana. “Essa união trouxe muita força e significado para a celebração”, disse o Babalorixá do Ilê Axé Ibece Alaketú, Robson do Agogô, ao jornal A Tarde.
Das 8h do dia 1º e ao longo do dia 2 de fevereiro, os pescadores organizam a Casa de Iemanjá e o Barracão, onde ficam a imagem principal e os balaios em que os fiéis podem depositar suas flores e oferendas pra Rainha do Mar. Looongas filas se formam pra esse ritual, em meio a uma grande festa.
Se antes era praxe incluir espelhos, pentes e outros presentes pra Iemanjá nas oferendas, hoje em dia tanto a prefeitura de Salvador como a comunidade do candomblé incentivam que os fiéis busquem uma forma mais sustentável de reverenciar a rainha, sem o uso de plástico e materiais não biodegradáveis que poluem o mar.
Vista branco e procure a nossa playlist “Músicas para evocar Iemanjá” no Spotify, com uma seleção que vai muito além dos grandes clássicos cantados por Caymmi e Clara Nunes. Odoya!