A prática que surgiu entre a galera do Vale do Silício exemplifica muito bem a busca pela produtividade a qualquer custo.
Um dos neurotransmissores do corpo, a dopamina atua no chamado sistema de recompensa. Ao fazermos atividades que nos trazem felicidade ou prazer, ocorre a liberação da substância em certas regiões do cérebro. É por isso que ela é chamada popularmente de “hormônio do prazer”.
Criador da ideia original do jejum de dopamina, o psiquiatra Cameron Sepah afirma que hoje em dia, principalmente por conta da tecnologia, nosso cérebro é estimulado quase o tempo inteiro. Por isso, pra ele, após um tempo longe das telas, seríamos capazes de nos mantermos mais concentrados e aumentar nossa produtividade.
James Sinka, um empreendedor do Vale do Silício, explicou ao The New York Times que, quando faz jejum de dopamina, fica off das telas, para de comer, consome apenas água, não trabalha, não se exercita e interage com pessoas o mínimo possível. Segundo ele, após o período, “as tarefas diárias ficam mais emocionantes e divertidas”.
O neurocientista e professor do Instituto do Cérebro da UFRN Claudio Queiroz explica à Viva Bem Uol que a produção e utilização da dopamina não estão sob controle voluntário e, assim, não é possível fazer um “jejum” da substância. Também não existe nenhum estudo que prove um benefício imediato após um período com menos quantidade de dopamina no cérebro.
A necessidade doentia de ser produtivo o tempo todo, seja no job, seja na vida pessoal, pode nos levar à exaustão e ao bornout. Mesmo assim, se você ainda quiser dar um boost na sua produtividade, ao invés de tirar todo o prazer da sua vida, adote hábitos mais saudáveis e que proporcionam bem-estar, como: