Já reparou que o logo da raposa vermelha está por todo lado? Entenda como a mochila Kånken, da Fjällräven, foi das escolas suecas ao hype mundial com o mesmo design pouco ergonômico de sempre.

foto: Jose Hernandez / Unsplash

A MOCHILA RUIM QUE TODO MUNDO QUER

A mochila Kånken tem praticamente o mesmo desenho há décadas, é pouco ergonômica, não tem tiras muito acolchoadas e custa quase R$800. Fora isso, o nome da marca é quase impronunciável: Fjällräven. Mesmo assim, o logo da raposa vermelha está por todos os lados, da Califórnia a Barcelona, passando pelo Brasil. De onde vem esse hype?

Nascido em Örnsköldsvik, no litoral da Suécia, em 1936, Åke Nordin abraçou a vida ao ar livre desde cedo, numa região cercada por montanhas e florestas à beira do mar Báltico. Daí veio a ideia: criar uma mochila confortável (pra época) que comportasse os equipamentos de montanhismo e afins.

foto: Michal Kormanik / Unsplash

DE EXPLORADOR PRA EXPLORADOR

foto: Quinton Coetzee / Unsplash

VOLTA ÀS AULAS

Pensada pra quem curte se jogar na natureza, a Fjällräven foi fundada em 1960. Mas o modelo que se tornaria icônico só veio em 1978. Com formato retangular, a Kånken foi desenhada pra comportar as pastas em formato A4 que as crianças suecas precisavam levar ao colégio, de uma forma que não sobrecarregasse as costas.

Da Suécia, a Fjällräven foi ampliando sua influência pro resto da Escandinávia e, nos anos 1990 e 2000, se expandiu pela Europa. Em, 2012, chegou aos Estados Unidos e passou a ser vendida no Brasil em 2019. Surfando na boa reputação dos produtos escandinavos e na onda do “geek é o novo cool”, o logo da raposa hoje está por toda parte.

DA ESCANDINÁVIA PRO MUNDO

foto: Dinh NG / Unsplash

“Surgiu uma nova geração que via Kånken não como uma bolsa ligeiramente boba e sem glamour, apesar de prática, mas como o máximo do cool utilitário. Agora, está nas costas dos jovens mais modernos de Borås a Berlim.”

David Hellqvist, editor de arte e stylist sueco, explicando ao The Guardian como a mochila passou do universo nerd ao cool.

Inconfundível com seu desenho retangular e etiqueta redonda, a mochila clássica Kånken é feita de Vinylon, uma fibra sintética resistente, com fecho de correr que abre todo o compartimento principal. Tem bolso frontal pequeno, alças de ombro e também na parte superior.

foto: Mitchell Griest  / Unsplash

DESENHO ICÔNICO

Apesar de não ser a epítome do conforto segundo os parâmetros de hoje em dia, não há como negar que a Kånken é um ícone atemporal. Vendida como um produto pra “uso vitalício”, é resistente e fácil de lavar. Usando material de alta tecnologia e comprometida com a sustentabilidade, a própria marca estimula os consumidores a consertar a mochila em caso de danos e prolongar o seu uso.

“Caminhando entre os modernos e surfistas da Abbot Kinney, aqui em Venice Beach, na Califórnia, você não esperaria que uma das lojas mais badalados fosse a de uma empresa escandinava sexagenária, conhecida por equipamentos de trekking em montanhas para climas frios. Mas nem sempre é fácil explicar a lógica por trás das marcas hype.”

Trecho de reportagem da Forbes, tentando explicar o hype nos EUA.