A educadora sexual e especialista em sexualidade positiva feminina Clariana Leal fala sobre a culpa, a história e a ciência do autoprazer.

Falar de mastubação ainda  é tabu — ainda mais quando se trata de mulheres como seres sexuais que gostam de prazer. Mas há registros de milênios atrás que celebram o ato de se tocar em vários cantos do mundo, do Kama Sutra na Índia às artes eróticas pré-históricas, passando pela Grécia e o Japão. Ou seja, houve um mundo em que o estímulo sexual solo não era motivo de chacota ou medo.

Nos últimos anos, finalmente começamos a ver o assunto voltar a ser ligado à saúde e bem-estar. Isso porque, de fato, estimular o próprio corpo faz bem fisicamente, emocionalmente e mentalmente, como atestam vários cientistas e médicos que, recentemente, passaram a pesquisar e descobrir os reais benefícios da m@sturbação. 

NOVA ERA?

 O pesquisador e biólogo Alfred Kinsey constatou que 90% dos homens e 62% das mulheres se masturbavam.

Autora do Sex For One, Betty Dodson criou um workshop secreto pra ensinar mulheres a ter orgasmos com um vibrador.

A Associação Médica Americana declarou que a masturbação não era danosa nem fisicamente e nem mentalmente.

A médica Joycelyn Elders falou sobre a importância de trazer o assunto ao currículo de  educação sexual na ONU.

Essa palavra grudou no ouvido de  todo mundo nos últimos anos. Mas a verdade é que se tocar é uma ótima forma de se conhecer melhor mesmo: pra entender como funcionam várias partes do corpo, saber como o desejo responde ao toque e por aí vai.

AUTO-CONHECIMENTO EM DESTAQUE

Quando nos tocamos, o corpo começa a produzir os chamados “hormônios do bem”, como ocitocina, dopamina, serotonina, endorfina e outros que geram essa sensação de bem-estar e paz que tanto amamos.

A PARTE QUÍMICA DA COISA

REMÉDIO NATURAL

Também já foi comprovado que a m@sturbação e o orgasmo são como analgésicos, ansiolíticos e relaxantes musculares naturais, capazes de amenizar dores de cabeça, cólicas e insônia. Além de afastar o cortisol, hormônio responsável pelo nível de stress no corpo.

SE TOCA!

Esqueça tudo o que mentiram sobre pelos crescendo nas mãos e qualquer outra demonização quando o assunto é se dar prazer. Independente do status de relacionamento, país, classe econômica ou crença, essa é uma forma saudável e democrática de se conectar com seu próprio corpo.