E se você ajustasse o seu olhar pra observar e entender o maravilhoso mundo dos fungos? Essa é a proposta desse tipo de turismo, que vem crescendo no Brasil e no mundo.
foto: micotrilhas
Hygrocybe sp. ou cogumelo-de-cera
· Busca, identificação e fotografia de cogumelos. · Aprender sobre o papel ecológico desses organismos. · Apreciação consciente e sustentável dos fungos. · Conhecer diferentes espécies de fungos, seus habitats e usos.
foto: eduardo gayotto
Alexandre Lenz, pesquisador da Universidade do Estado da Bahia e coordenador técnico do Projeto Micotrilhas
O turismo de cogumelos oferece benefícios além dos econômicos, como acesso a produtos fornecidos pela natureza, interação social, promoção da cultura e bem-estar físico, emocional e espiritual.
foto: eduardo gayotto
Fonte: The Contribution of Mycological Tourism to Well-Being, the Economy and Sustainable Development
Micotrilha Ganoderma (2,2 km) — O nome vem do Ganoderma lobatum, cogumelo orelha-de-pau que chega a mais de 50 cm de comprimento. Fica na Pousada do Capão, que tem grande diversidade de fungos coloridos, incluindo espécies comestíveis, e vistas incríveis pra Cachoeira do Batista. Micotrilha Mycena (4,6 km) — Fica na Cachoeira Purificação, entre o Morro Branco e a Serra do Candombá, no final do Vale do Capão e começo do Vale do Pati. A atração aqui são os vários cogumelos com cores chamativas.
Ganoderma lobatum
Gymnopilus sp.
Hygroaster aff. nodulisporus
Mycena margarita
fotos: micotrilhas
Micotrilha Cordyceps (1,1 km) — Trilha circular, onde há grandes chances de encontrar cogumelos bioluminescentes em uma caminhada noturna. Leva o nome do fungo parasita de insetos, que passam a atuar como “zumbis”: grilos, formigas e besouros infectados podem ser encontrados no passeio. Micotrilha Amanita (1,4 km) — Além da espécie Amanita dulciodora, de coloração branca e salmão, também é possível encontrar os insetos “zumbis”, cogumelos corais e uma grande diversidade de fungos multicoloridos.
Cordyceps
Marasmius haematocephalus
Hygrcybe sp.
Amanita dulciodora
fotos: micotrilhas
Eduardo Gayotto, diretor de arte do The Summer Hunter, que fez uma micotrilha na Serra do Conduru
No Pará, a Fazenda Bacuri desenvolveu uma trilha de micoturismo que pode ser percorrida em cerca de 40 minutos, com base em um estudo desenvolvido em parceria com as pesquisadoras de cogumelos Noemia Kazue Ishikawa e Ruby Vargas. A ideia é “olhar a floresta de baixo pra baixo”.
Novidade no Brasil, o micoturismo já é uma atividade bem estabelecida em países como Espanha, Itália, Letônia, Estônia, Canadá, entre outros, especialmente no que se refere ao uso gastronômico dos cogumelos.