COMO MUDAR A SUA MENTE

COMO MUDAR A SUA MENTE

Viagens de cogu, LSD MDMA e mescalina, as últimas novidades sobre terapias com substâncias psicodélicas, a dor e a delícia da expansão de consciência: por que vale assistir a nova série de Michael Pollan na Netflix.

Em Como Mudar sua Mente, Michael Pollan relata como, aliadas a um trabalho terapêutico, as drogas psicodélicas podem transformar vidas e reverter quadros graves de doenças mentais. Com base em seu livro homônimo, o jornalista norte-americano traz as últimas novidades sobre estudos científicos nas áreas da neurociência e da psiquiatria, ao passo que narra sua jornada pessoal com os alucinógenos.

REMÉDIOS DO FUTURO

Cada capítulo fala de uma droga — LSD, psilocibina (cogumelos mágicos), MDMA e mescalina — e das formas como está sendo usada ​​no tratamento de doenças mentais. Mas não fica só na teoria. De forma sensível, Pollan traz histórias reais, com relatos emotivos e imagens íntimas. É um mergulho na alma dessas pessoas.

DESCONSTRUINDO ESTEREÓTIPOS

A série pretende mostrar que os psicodélicos vão muito além de “coisa de doidão”. O próprio Pollan, que tem 67 anos, passou longe do verão do amor e só se aventurou nesse campo na maturidade. Ao longo dos episódios, ele vai descrevendo suas viagens e contando como essas experiências impactaram sua própria vida.

“Quero que [o tratamento com psilocibina] seja coberto pelos planos de saúde, que seja totalmente legalizado, que esteja disponível a um custo razoável para todos aqueles que não têm camisetas tie-dye e nunca vão cultivar seus próprios cogumelos no armário!”

Bill Richards, PhD em psicologia da Johns Hopkins University School of Medicine e uma das maiores autoridades mundiais em terapias com psicodélicos, em entrevista a Pollan

ALÉM DO CALEIDOSCÓPIO

Animações e efeitos especiais buscam traduzir experiências psicodélicas sem esbarrar em clichês. “Queríamos manter o estilo mais pessoal, íntimo e experiencial para que as pessoas que não tiveram suas próprias experiências psicodélicas pudessem se relacionar com os visuais”, explicou o diretor Alison Ellwood.

Outro ponto interessante é como Pollan combina diferentes visões, misturando ciência, espiritualidade e história no balaio da narrativa, apresentando as drogas psicodélicas como uma possível luz no fim do túnel pra quem sofre depressão, stress pós-traumático e outros transtornos mentais, além de sugerir como a expansão da consciência pode nos ajudar enxergar o mundo com mais sentido e alegria.

“Essas drogas nos permitem voltar a sentir admiração e surpresa como uma criança. Nos lembram das maravilhas do mundo de um jeito que você talvez tenha esquecido. Ninguém quer ficar maravilhado o tempo todo — isso é insustentável, não conseguiríamos fazer mais nada. Mas, de vez em quando, é um lembrete extraordinário do que existe lá fora”

Michael Pollan