O que fez as redes se tornarem um prato cheio pra adeptos do psicanalista inglês? Conheça um pouco sobre suas teorias antes de sair citando seu nome por aí.
Um dos motivos do hype é que Winnicott aparece como um autor mais acessível: fala de mães, ambientes, vazio e sensação de futilidade, verdadeiro e falso self. Além disso, adota um estilo clínico acolhedor e empático.
Lucas Bulamah, psicólogo e psicanalista, mestre e doutor em psicologia clínica pela USP
Outro fator que pode explicar o hype é que, diferente de outras linhas, voltadas à adaptação do indivíduo ao ambiente, Winnicott nunca vai deixar de problematizar o cenário como um dos fundamentos do adoecimento psíquico.
É como se nem todo sofrimento fosse responsabilidade só da psique individual. Ou seja, pode ser que o sujeito esteja deprimido porque trabalha em um ambiente cheio de colegas competitivos, chefes abusivos, com demandas e prazos desumanos. Winnicott possibilita olhar com cuidado pra essas condições.
Segundo Bulamah, a ideia de empatia, por exemplo, recai numa facilitação artificial das relações humanas. É uma dessas palavras, assim como autocuidado, que vêm sendo esvaziadas. “Pouca gente sabe defini-las com rigor”, diz o psicanalista.
Dessa forma, você pode tirar suas conclusões, ao invés de se ater à ótica das redes. É claro que nomes relevantes da psicanálise também podem ser fonte de conhecimento por aqui, mas nem tudo cabe dentro de um post.