É suco? É kombucha alcoólica? É licor? Não, é a bebida que os entendidos querem ter na taça nos últimos tempos.
O vinho laranja é basicamente um vinho branco, só que macerado com a casca da uva, processo que não acontece durante a produção de um branco convencional e que acrescenta cor e taninos — responsáveis pelo “corpo” e pela adstringência — ao produto final. Ou seja, a mágica é obra da vinificação e não de corantes ou mistura com laranja.
O hype é relativamente novo, mas o vinho laranja é produzido há mais de 6 mil anos na Eslovênia e na Geórgia, uma das regiões vitivinicultoras mais antigas do mundo e que ainda é reconhecida por esse tipo de bebida, fermentada em ânforas de terracota enterradas no solo — ao invés dos clássicos barris de carvalho.
Uma vez que resgata um método ancestral de produzir a bebida com pouca intervenção ou aditivos, fazendo uso de leveduras selvagens, o vinho laranja também deu match com os enólogos que apostam nos vinhos naturais, outra tendência em alta. Quem tende a gostar desse tipo de vinho também vem se encantando pelo laranja. E vice-versa.
Gabriela Monteleone, sommelière e sócia-fundadora do Tão Longe Tão Perto
Segundo a sommelière Gabriela Monteleone, o melhor exemplo de vinho laranja brasileiro é o Peverella, da Era dos Ventos, uma vinícola de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, definido por ela como “um projeto pioneiro em propor o estilo e a importância do viés cultural por trás dessa maneira de fazer vinhos brancos”.
Em São Paulo, você vai encontrar vinho laranja na carta de lugares como o Barouche, o Beverino, o Enoteca Saint Vin Saint, o Elevado e o Sede 261. Já no Rio de Janeiro, tente o Sult, o Trégua e o Marchezinho. Em BH, vá ao Gira.