É suco? É kombucha alcoólica? É licor? Não, é a bebida que os entendidos querem ter na taça nos últimos tempos.

O hype do vinho laranja

O hype do vinho laranja

Anda intrigado com certa bebida cor de âmbar que tem visto por aí? Cada vez mais solicitado em restaurantes e bares, especialmente por quem curte naturais e biodinâmicos, o vinho laranja é um convite a sair do óbvio e deixar o paladar voar. De quebra, dá pra combinar com carne, peixes e até queijos. De onde veio esse hype?

O vinho laranja é basicamente um vinho branco, só que macerado com a casca da uva, processo que não acontece durante a produção de um branco convencional e que acrescenta cor e taninos — responsáveis pelo “corpo” e pela adstringência — ao produto final. Ou seja, a mágica é obra da vinificação e não de corantes ou mistura com laranja.

como faz?

como faz?

O hype é relativamente novo, mas o vinho laranja é produzido há mais de 6 mil anos na Eslovênia e na Geórgia, uma das regiões vitivinicultoras mais antigas do mundo e que ainda é reconhecida por esse tipo de bebida, fermentada em ânforas de terracota enterradas no solo — ao invés dos clássicos barris de carvalho.

desde a antiguidade

desde a antiguidade

A origem do frenesi em torno ao vinho laranja é atribuída ao enólogo italiano Josko Gravner, que fez uma imersão nas técnicas ancestrais nos anos 1990 e, na virada do milênio, passou a produzir a bebida na região de Friuli-Venezia, na Itália, com a uva ribolla gialla fermentada em ânforas de terracota. De lá pra cá, inspirou produtores no mundo todo, inclusive no Brasil.

Uma vez que resgata um método ancestral de produzir a bebida com pouca intervenção ou aditivos, fazendo uso de leveduras selvagens, o vinho laranja também deu match com os enólogos que apostam nos vinhos naturais, outra tendência em alta. Quem tende a gostar desse tipo de vinho também vem se encantando pelo laranja. E vice-versa.

Hype de mão dupla

Hype de mão dupla

“Acho que essa curiosidade acerca do vinho laranja se dá por alguns fatores. Primeiro pela narrativa, uma vez que representa uma maneira ancestral de se produzir vinhos brancos. Em segundo, pelo fato de que é uma técnica em que você projeta mais aromas e sabores de variedades que podem ser inócuas nesses aspectos quando vinificadas longe das cascas”.

Gabriela Monteleone, sommelière e sócia-fundadora do Tão Longe Tão Perto

Segundo a sommelière Gabriela Monteleone, o melhor exemplo de vinho laranja brasileiro é o Peverella, da Era dos Ventos, uma vinícola de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, definido por ela como “um projeto pioneiro em propor o estilo e a importância do viés cultural por trás dessa maneira de fazer vinhos brancos”.

No Brasil

Em São Paulo, você vai encontrar vinho laranja na carta de lugares como o Barouche, o Beverino, o Enoteca Saint Vin Saint, o Elevado e o Sede 261. Já no Rio de Janeiro, tente o Sult, o Trégua e o Marchezinho. Em BH, vá ao Gira.

Onde provar