O Brasil está em alta. De novo. Por que a gente tem tanto carisma?
Em um cenário mundial tão bélico, o Brasil oferece uma ilusão de harmonia — o país que não quer guerra com ninguém.
Já reparou a quantidade de perfis gringos que viralizam com conteúdos sobre viagens ao Brasil que mudaram a vida, ou como nada supera o brasileiro? É isso: todo mundo anda em busca de escapismo. E a gente funciona, sim, como um contraponto ao cinza geopolítico. De festa. De vida leve. Por mais que, muitas vezes, ela seja pesada.
Nossa cultura pulsa, da periferia ao mainstream. O real está barato e o turista estrangeiro se diverte. Somos sol, mar e alegria em um mundo ansioso.
O hype vem em onda Nos anos 1960, a Bossa Nova. Nos anos 1970, a Tropicália reverberando com Caetano, Gil, Gal e Tom Zé. Nos anos 1990, o futebol, as supermodelos, Michael Jackson com Olodum. Nos anos 2000, o boom das commodities, o “país do futuro” do Lula 1, Cidade de Deus, a perspectiva da Copa e das Olimpíadas.
O brasileiro engaja, quebra a Internet, é o fã mais voraz. E essa energia não só faz Lady Gaga chorar como também contagia o mundo.
A pizza é melhor do que na Itália. · O português é melhor do que em Portugal. · Hot dog é dogão, tem purê e o céu é o limite. · Carnaval não precisa nem falar. · A padaria vende pão, mas também pilha, papel higiênico e baralho. · Parabéns pra você tem pique-pique, ora-ora e rá-tim-bum.
Ser brasileiro vai muito além do hype (e dá trabalho!). Pra quem vive aqui, o encanto (e o desafio) é diário. É rir do próprio drama. É inventar beleza na dificuldade.