O Brasil está em alta. De novo. Por que a gente tem tanto carisma?

SER BRASILEIRO 

É SEMPRE COOL.

O primeiro “País Criativo do Ano” no Cannes Lions 2025, Fernanda Torres, Wagner Moura, COP30 em Belém, estética brasilcore nas campanhas de moda, fast fashion chinesa copiando marca brasileira, Rabanne rendendo tributo ao funk. E segue. De tempos em tempos, o mundo resolve amar a gente. E cá estamos surfando uma nova onda de brasilidade exaltada.

O que explica?

Em um cenário mundial tão bélico, o Brasil oferece uma ilusão de harmonia — o país que não quer guerra com ninguém.

Já reparou a quantidade de perfis gringos que viralizam com conteúdos sobre viagens ao Brasil que mudaram a vida, ou como nada supera o brasileiro? É isso: todo mundo anda em busca de escapismo. E a gente funciona, sim, como um contraponto ao cinza geopolítico. De festa. De vida leve. Por mais que, muitas vezes, ela seja pesada. 

NADA SUPERA O BRASILEIRO

Nossa cultura pulsa, da periferia ao mainstream. O real está barato e o turista estrangeiro se diverte. Somos sol, mar e alegria em um mundo ansioso.

O hype vem em onda Nos anos 1960, a Bossa Nova. Nos anos 1970, a Tropicália reverberando com Caetano, Gil, Gal e Tom Zé. Nos anos 1990, o futebol, as supermodelos, Michael Jackson com Olodum. Nos anos 2000, o boom das commodities, o “país do futuro” do Lula 1, Cidade de Deus, a perspectiva da Copa e das Olimpíadas.

O HYPE VEM EM ONDA

WE LOVE INTERNET

O brasileiro engaja, quebra a Internet, é o fã mais voraz. E essa energia não só faz Lady Gaga chorar como também contagia o mundo.

A GENTE MELHORA AS COISAS QUE HERDA

A pizza é melhor do que na Itália. ·  O português é melhor do que em Portugal. ·  Hot dog é dogão, tem purê e o céu é o limite. ·  Carnaval não precisa nem falar. ·  A padaria vende pão, mas também pilha, papel higiênico e baralho. ·  Parabéns pra você tem pique-pique, ora-ora e rá-tim-bum.

O novo hype vem em um momento decisivo pro Brasil no cenário mundial, com o país voltando ao centro das conversas globais, ao mesmo tempo que lida com um conjunto de paradoxos, a começar por sua crescente imagem de vilão ambiental em pleno ano de COP Belém.

Ser brasileiro vai muito além do hype (e dá trabalho!). Pra quem vive aqui, o encanto (e o desafio) é diário. É rir do próprio drama. É inventar beleza na dificuldade.