Apps, influenciadores, acessórios, terapias: tudo isso vem interferindo na nossa relação com o sono. Aqui, a gente fala sobre os prós e contras.
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Um report da Allied Market Research estima que o “mercado global da insônia” atinja US$ 6,3 bilhões até 2030. Isso inclui tanto os diagnósticos e terapias, como acessórios, aplicativos, dispositivos — a exemplo de relógios e pulseiras inteligentes pra monitorar digitalmente o sono — e uma infinidade de produtos.
Nesse contexto, a Internet se transformou em uma fonte inesgotável de informação, ao mesmo tempo que “influenciadores do sono” lucram vendendo os mais variados produtos e até transmitindo ao vivo direto da cama — a streamer norte-americana Amouranth, por exemplo, alega já ter faturado US$ 15 mil em uma noite... dormindo.
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Por um lado, essa abundância de informação e de oportunidades pra se conectar on-line com outras pessoas que estão passando pelo mesmo problema pode ajudar a encontrar um pouco de conforto e sensação de pertencimento.
Também é certo que a tecnologia e a ciência por trás do sono se desenvolveram muito nos últimos tempos, e que a Internet faz esse conhecimento chegar a muito mais gente. Além disso, por mais que nenhuma solução funcione pra todo mundo, certos dispositivos, aplicativos e afins podem realmente surtir efeito.
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No entanto, segundo a pesquisadora Deborah Lupton, da UNSW de Sydney, na Austrália, uma busca incessante por dormir melhor pode alimentar um círculo vicioso. Ou seja, a preocupação excessiva com a qualidade pode até piorar a situação.
O uso de dispositivos pra “quantificar” o sono, por exemplo, pode fazer com que o usuário fique muito mais preocupado do que deveria com as métricas relacionadas ao assunto, que muitas vezes não são precisas nem úteis pra impulsionar qualquer melhora na prática.
Deborah Lupton, socióloga doutora em sociologia da saúde pública, professora e pesquisadora da UNSW Sydney, na Austrália